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Presidente do Banco Central diz que país deve começar a crescer “Provavelmente no 4º trimestre”

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O presidente do Banco Central, Campos Neto, disse nesta quinta-feira que a economia brasileira só deve voltar a crescer no quarto trimestre de 2019. Na avaliação de Campos Neto, o país passa pelo seu “pior momento” e o desempenho está aquém do que a autoridade monetária gostaria.



“Crescimento está aquém do que nós gostaríamos. Temos, na margem, uma recuperação pequena. Acreditamos que estamos passando pelo pior momento e provavelmente vamos começar a crescer no quarto trimestre”, disse o presidente do BC, em palestra para investidores em Brasília.



Na semana passada, o IBGE informou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O desempenho ficou acima das expectativas de analistas de mercado, mas ainda retrata um quadro de estagnação da economia.



Para Campos Neto, o caminho para o crescimento passa por incentivar investimentos privados e o mercado de crédito no Brasil. Entre as frentes de atuação do BC, estão mecanismos para destravar o que os técnicos chamam de “hidden values”, ou valores ocultos, em tradução livre. Uma das fontes de recursos é o mercado imobiliário, como a regulamentação da chamada hipoteca reversa, sistema pelo qual um proprietário pode obter crédito usando, como garantia, seu imóvel.



O presidente do BC também destacou a necessidade de reduzir juros no país. Apesar da taxa básica, a Selic, está na mínima histórica de 6%. O chamado spread bancário, que define quantos consumidores e empresas pagam na hora de tomar empréstimos, ainda é mais alto do que a autoridade monetária gostaria. Segundo Campos Neto, o BC trabalha em medidas para reduzir essas taxas, especialmente as dos produtos emergenciais, como o cheque especial, cuja taxa ultrapassa os 300% ao ano.



“Temos um sistema bancário que é altamente regressivo. Não encontramos um sistema tão regressivo como o Brasil. Quem está embaixo e usa os programas emergenciais com mais frequência paga por quem está em cima e nunca usa”, disse Campos Neto.



Em um dia em que o dólar opera em baixa com a possibilidade de um entendimento entre EUA e China na guerra comercial, o presidente do BC não respondeu às perguntas de jornalistas sobre o comportamento do câmbio. Durante a palestra, Campos Neto destacou que o país tem sólida proteção contra variações cambiais.



Ele afirmou ainda que o projeto de autonomia do BC deve ser votado “nas próximas semanas”. Países que têm maior independência, têm inflação mais baixa, assim como volatilidade de inflação mais baixa. “Acho que o Brasil está maduro” — afirmou Campos Neto.


Fonte: O Globo


 


Setor de Economia e pesquisa da CDL/BH