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O que podemos esperar de tecnologia para o varejo em 2020?

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Quando falamos em mundo, a questão mais forte deve se dar ainda dentro dos reflexos do que vem acontecendo na China, talvez com um pouco menos de intensidade do que foram nesses dois últimos anos, considerando o assunto cada vez menos como novidade e cada vez mais como algo não somente consolidado, mas com grande capacidade de migrar de alguma maneira para o Brasil.


 


Seja pela questão de reconhecimento facial, que começa a dar seus primeiros passos, ou seja a questão ainda buscada por muitos varejistas, de se tornar um “superapp”, tal qual os modelos conquistados pela WeChat e pelo Alipay, veremos ainda muitos reflexos sobre o que está acontecendo por lá refletindo nas estratégias e ações de varejistas por aqui.


 


Os maiores impactos virão através do campo financeiro. Estamos em meio à uma questão de “open banking” que poderá transformar a maneira como enxergamos algumas grandes marcas no Brasil, deixando seu core-business para de alguma forma se tornar o banco ou parceiro financeiro preferido de seus consumidores. Um movimento iniciado por plataformas como Mercado Pago, iFood e Rappi e até mesmo envolvendo players de varejo como Pernambucanas, Natura, entre outros. O caminho para a fidelização pode estar na conquista do bolso do consumidor de outra forma.


 


Porém, nem só na esfera econômico-financeira a tecnologia tende a avançar. Com uma pressão cada vez maior de players como Alibaba (via AliExpress) e Amazon no mercado brasileiro, a logística deve ser um grande desafio para a maioria das empresas, obrigando a conquistar custos cada vez menores, aliada a uma pressão para a redução dos prazos de entrega, que se seguirem o desejo do consumidor, devem ser cada vez mais rápidos.


 


Nesse contexto de uma logística cada vez mais ASAP (as soon as possible – o mais rápido possível), novas tecnologias de controle de entregas e até mesmo novos canais, como lockers e o famoso “clique e retira” poderão ser de fato determinantes para que os negócios permaneçam competitivos.


 


Mas há ainda muito “arroz com feijão” para ser feito no varejo brasileiro. Ainda temos um grande problema quando falamos sobre conhecer o cliente da maneira adequada. Em um país onde até mesmo o CRM ainda não é uma realidade para a maioria das empresas, pensar em Big Data e Inteligência Artificial para buscar insights ou ações de maneira mais personalizada ainda parece algo muito distante na prática, embora já existam tecnologias hoje que possam operar de forma consolidada essas questões.


 


A Inteligência Artificial deve ter um grande destaque nesse ano, se tornando cada vez mais acessível, ajudando o varejista ou profissional do varejo a encontrar oportunidades e criar ações cada vez mais otimizadas e lucrativas, porém, para muitos, ainda se faz necessário dar o primeiro passo.


 


Como pano de fundo, temos a perspectiva de um cenário econômico positivo, com crescimento, mesmo que em ritmo lento, o que deve ajudar a impulsionar a adoção de novas tecnologias, buscando maximizar as oportunidades frente aos concorrentes.


 


Fonte: Folha de São Paulo