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O cenário das eleições de 2018

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Se o tema geral é o momento, nada mais atual do que a discussão das perspectivas sobre as eleições presidenciais que vão para a rua com as definições oficiais dos candidatos a presidente e vice, com a propaganda oficial e os debates.


E quais os potenciais impactos no comportamento do mercado, do consumo e do varejo. Este é o tema do momento até porque o quadro de indefinição está impactando o desempenho setorial de forma marcante. A somatória de greve dos caminhoneiros e agora eleições tem impacto direto na cautela dos consumidores e no resultado das vendas, com reflexos no emprego, expansão e investimentos. Estamos andando de lado faz alguns meses.


 


O cenário das candidaturas


O dito popular do “Tudo não terás” explica mais uma vez a importância das escolhas, especialmente quando as cartas estão colocadas na mesa e uma análise de nossa realidade recente é absolutamente desanimadora pelo fosso que tem se ampliado entre o que temos vivido no Brasil e a realidade internacional. Estarmos ficando para trás na América Latina.


É inegável que um balanço das últimas décadas mostra um país quase à deriva, sem projeto e visão, sendo administrado pela contingência do momento e se distanciando de melhores níveis em educação, saúde e segurança, atribuições fundamentais do Estado.


Um país que tem sobrevivido pela resiliência do setor privado concorrendo em absoluta desigualdade de condições com outros países. Realisticamente somos competitivos globalmente no agronegócio e em alguns poucos setores de serviços e indústria.


No varejo e na distribuição, a flexibilidade e capacidade adaptativa permitem a sobrevivência de cada vez menos empresas de origem nacional e cresce de forma marcante a participação de empresas globais em todos os setores, com poucas e honrosas exceções, como eletroeletrônicos, móveis, calçados e farmácias.


Sem juízo de valor, apenas de fato, até porque essa é a irreversível tendência mundial. E poucas empresas nacionais, muito poucas, se reposicionam para buscarem sua internacionalização.


 


Um novo ciclo se iniciará em poucos meses


As regras e os candidatos, suas chapas, coligações e estratégias de comunicação já estão praticamente definidas, com alguns poucos detalhes por serem concluídos e alguns elementos permitem alguma análise definitiva.


A menos que haja algum fato novo absolutamente imprevisível, teremos as eleições definidas no segundo turno, o que deverá significar pelo menos mais quatro meses de letargia na economia.


De outro lado, quem quer que seja eleito, terá que dirigir o país com um Congresso que será marcado por baixa renovação. Apesar da enorme expectativa, para não dizer absoluta necessidade, a renovação não será aquela que precisaríamos por conta das regras de uso das verbas de comunicação.


Por mais destemido, visionário e voluntarioso que seja o presidente eleito, dentro do jogo democrático, ele terá que ter a experiência e habilidade para governar com um Congresso cujas características são sobejamente conhecidas.


O que gera alguma esperança é que parece haver entre os candidatos com maior chance, um certo compromisso com a continuidade de mudanças estruturais, especialmente envolvendo as reformas previdenciária, tributária e política, sem o que nada terá efeito prático em termos de transformação da realidade atual.


Da mesma forma, entre os mais cotados e com real chance de avançarem, parece haver consenso da absoluta necessidade de não haver nenhum recuo no combate à corrupção, o pior legado dos últimos governos.


Nas próximas semanas, teremos uma visão mais clara das reais chances dos candidatos nesta eleição e, como sempre, se renovam esperanças de que o que tenhamos pela frente seja melhor que o passado recente e que possamos sair para um novo ciclo de expansão e crescimento, potencializando todos os elementos que já permitiram, num passado não muito distante, que fossemos uma das maiores economias do mundo, condição da qual nos afastamos exclusivamente por conta de nossos próprios erros e opções equivocadas.