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Na contramão do País, inadimplência reduz em Belo Horizonte

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Mesmo que em percentuais ainda baixos, os consumidores da capital mineira estão conseguindo quitar suas dívidas e sair do cadastro de devedores, diferente do que está sendo registrado no Brasil. Em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Abr.19/Abr.18), a inadimplência em Belo Horizonte teve queda de 0,26%, enquanto que no País, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), cresceu 2%. “A economia não apresentou o ritmo de recuperação esperado em todo País, mas já estamos em um ambiente um pouco melhor do que em outros anos. Com isso, os consumidores de Belo Horizonte estão tentando regularizar sua situação financeira para sair da inadimplência. E, apesar do número de devedores ainda crescer no Brasil, ela também está perdendo força”, explica o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva. “Além disso, percebemos em nossas pesquisas que parte dos belo-horizontinos têm optado pelo pagamento à vista de suas compras para tentar evitar o endividamento em longo prazo, o que ajuda a entender o comportamento da inadimplência na capital”, acrescenta Silva. 
 
Na variação mensal (Abr.19/Mar.19), a inadimplência recuou 0,88%. Esse resultado é reflexo da queda da inflação no período (Abr.19 em 0,57%/Mar.19 em 0,75% – IBGE). “Com uma leve redução da inflação, que ajuda a diminuir o custo de vida, parte da população tem buscado destinar parte de seus recursos para pagar suas pendências financeiras”, comenta o presidente da CDL/BH.
 
A análise por gênero mostra que a inadimplência entre as mulheres (-0,86%), mesmo com decréscimo, está em menor intensidade de queda do que os homens (-1,42%). “Essa diferença é explicada pela taxa de desemprego permanecer maior entre as mulheres (4º tri.18 em 12,8% para as mulheres /4º tri.18 em 11% para os homens – IBGE). Com isso elas seguem tendo mais dificuldades para ter renda disponível para a quitação dos débitos”, comenta Silva. Além disso, outro fator que contribui para explicar a inadimplência maior do público feminino é que os rendimentos reais também são menores para elas (Mulheres R$ 2.432 / Homens R$ 3.0705 – 4º tri.18 – IBGE). Por faixa etária, os idosos permanecem como os mais endividados. Em abril, a inadimplência para esse público teve crescimento de 21,16%.
 
Número de dívidas reduz 3,84% em abril
 
De acordo com o Indicador de Dívidas em Atraso, em abril na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Abr.19/Abr.18), houve redução de 3,84% no número de débitos vencidos. “As pessoas vêm priorizando o pagamento de suas dívidas, mesmo que ainda não seja possível quitar todas”, esclarece Silva.  Na comparação mensal (Abr.19/Mar.19), a redução foi de 1,6%. 
 
A maioria das dívidas (+16,34%) está entre as pessoas com mais de 65 anos. O presidente da CDL/BH afirma que nessa faixa de idade encontram-se pessoas que são as responsáveis financeiras pelas famílias e que são aposentados. “Esses consumidores foram impactados pelo aumento do custo de vida que não foi acompanhado pelo crescimento da renda, que inclusive teve redução de 13,88% (4º tri.18 em R$ 3.300/4º tri.17 em R$ 3.832 – IBGE). Essa faixa etária é uma das que mais sofre com a alta de preços de remédios, do plano de saúde e dos alimentos”, esclarece Silva. Já na abertura por gênero do devedor, o número de dívidas apresentou queda em ambos os gêneros (feminino em -4,59%/masculino em -4,75%).
 
Inadimplência das empresas apresenta redução, assim como o número de dívidas
 
Em abril deste ano, houve queda de 0,57% no número de pessoas jurídicas inadimplentes, na comparação com o mês anterior (Abr.19/Mar.19).  É a primeira vez nos últimos cinco anos que o indicador apresenta redução nesta base de comparação. “Esse resultado mostra que aos poucos alguns empresários estão conseguindo melhorar a receita de suas empresas e pagar suas contas em atraso”, comenta o presidente da CDL/BH. Já na variação anual, a inadimplência aumentou 4,27%, e indica uma desaceleração do ritmo de crescimento, já que no mesmo período do ano passado a alta foi de 6,75%. “A economia do País ainda não conseguiu retomar o ritmo de crescimento necessário para recuperar as perdas dos últimos três anos e permitir que os empreendimentos consigam quitar todos os seus débitos. Mas já estamos em um ambiente econômico melhor”, explica o presidente da CDL/BH.
 
O número de dívidas das empresas da capital, na comparação mensal (Abr.19/Mar.19), apresentou uma leve retração de 0,01%. Já na variação anual (Abr.19/Abr.18), a quantidade de contas em atraso caiu 1,39%. 
 
Setor de Economia e Pesquisa CDL/BH

21/05/2019