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Gastos do brasileiro crescerão em ritmo menor até 2019, mostra estudo

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Enquanto os gastos dos brasileiros evoluíram a uma média de 11% entre 2009 e 2014, esse aumento deve ser mais modesto nos próximos anos, aponta o relatório Estilos de Vida dos Brasileiros: Hábitos Online, da Mintel.


Durante os próximos anos, até 2019, os gastos irão aumentar 37% – o que representa um crescimento anual mais modesto, de 7% ao ano, segundo a pesquisa. Em 2019, a previsão é de que o total de gastos chegue a R$ 4.509,7  bilhões.


De acordo com o relatório, a economia mais lenta é a grande responsável pelo crescimento mais moderado. "A inflação, impulsionada pelo aumento dos custos de energia, o real mais fraco, a escassez de água, crédito mais difícil e o aumento de impostos anunciado recentemente, afetam a renda dos consumidores", diz a Mintel.


A previsão de aumento no índice de desemprego nos próximos cinco anos também deve forçar os consumidores a serem ainda mais cuidadosos com seus gastos. Essa situação irá afetar também o crescimento de todos os setores, com a maioria deles deparando-se com um futuro menos favorável nos próximos anos.


Beleza e itens do lar no topo do consumo


Os setores de produtos de beleza e itens para casa serão os mais beneficiados com o crescimento do consumo até 2019, com evolução de 63% e 56%, respectivamente, mostra a pesquisa.


Mesmo assim, nesse período, o setor de beleza e cuidados pessoais terá um crescimento mais moderado ante o período de 2009 a 2014, segundo a Mintel, principalmente devido às novas medidas fiscais que incluem o aumento dos preços dos cosméticos importados.

Ainda assim, este setor irá crescer mais do que todos os outros.


A média anual de crescimento prevista entre 2015 e 2019 é de 10,2%, atingindo R$107,3 bilhões em 2019. Já a média anual de crescimento entre 2010 e 2014 foi de 13%.


Já o mercado de itens para casa recebeu um estímulo nas vendas, no final de 2014, com o aumento do tempo médio para o pagamento de empréstimos. "Mesmo com juros ainda altos, o número de parcelas de pagamento de itens como eletrodomésticos e móveis aumentou, tornando o pagamento mais vantajoso para os consumidores", diz a Mintel.


No entanto, conclui o relatório, as novas medidas fiscais anunciadas em janeiro – que incluem o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre novos empréstimos, limitando o acesso a empréstimos para muitos consumidores.


A pesquisa aponta também que, com a retirada gradual do IPI reduzido (benefício que estimulava as compras no setor desde 2012), as compras de eletrodomésticos também serão impactadas. "Apesar dessas medidas fiscais, o mercado de itens para casa deverá ter um crescimento médio anual de 9% até 2019", diz o relatório.


Lazer e bebidas não alcoólicas crescerão menos


O setor de entretenimento e lazer terá um crescimento mais lento, de 20%, se comparado aos outros setores, entre 2014 a 2019. Nos próximos anos, a previsão é de que os consumidores passem a priorizar serviços e produtos essenciais.


"A maioria dos brasileiros escolhe lazer e entretenimento de acordo com seu orçamento, e como a situação atual sinaliza tempos difíceis à frente, é provável que os consumidores procurem atividades de lazer e entretenimento mais baratas", diz o relatório.


Setores que crescerão menos


Segundo a Mintel, o setor de bebidas não alcoólicas continuará a ser afetado por vendas mais baixas e pela produção de bebidas gaseificadas, sua categoria principal. Enquanto isso, a crise de água nas regiões mais populosas irá provavelmente beneficiar o mercado de água engarrafada, já que "muitos consumidores estão vendo na água em garrafa uma solução para o problema", afirma o estudo.


O setor de alimentação e bebidas foi o grupo que mais pesou na despesa das famílias brasileiras em 2014. Em 2013 o mercado de refrigerante representou R$ 31,06 bilhões do total de R$ 57 bilhões do setor de bebidas não alcoólicas (participação de 54,5%), o segmento mais representativo.


"O mercado de refrigerantes está sofrendo retração em volume, o que vem acontecendo desde 2011, e o mesmo aconteceu com o mercado em valor, em 2013", diz a pesquisa.


Roupas e acessórios, tecnologia e comunicação, e férias são outros setores em que um maior número de consumidores irá procurar promoções e descontos, ou optar por adiar suas compras até que tenham uma maior renda disponível.


Ajuste fiscal deve impactar produtos para casa


Algumas medidas de ajuste fiscal  anunciadas em janeiro de 2015 poderão afetar fortemente o consumidor brasileiro, diz o estudo. Uma delas impacta o setor de itens para a casa (eletrodomésticos, móveis e bens duráveis).


O Ministro da Fazenda Joaquim Levy, anunciou o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,5%, para 3% ao ano, tornando o crédito ao consumidor mais caro. Esse valor será cobrado além dos 0,38% que incidem na abertura das operações de crédito. Isso vai dificultar as compras, principalmente pela classe média, de itens que antes podiam ser pagos em várias vezes sem juros.


Além disso, com a retirada gradual do IPI reduzido as vendas de itens para a casa devem ser negativamente impactadas. A previsão para os próximos cinco anos (entre 2015 e 2019) é de que o setor cresça, em média, 9,3% ao ano, em contraste com 11,8% de crescimento anual dos últimos quatro anos.


Finanças e habitação


Entre 2015 e 2019, o mercado de finanças pessoais e habitação terá um crescimento anual de 6,4%, estima o estudo da Mintel. "A incerteza econômica tornou os consumidores mais cautelosos sobre como investir no mercado imobiliário e sobre seus gastos do dia a dia", conclui o relatório.


Essa tendência deverá continuar em 2015 com o mercado imobiliário mostrando sinais de estabilidade. As medidas fiscais, que dobraram o imposto IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em todas as operações de crédito, e um aumento na taxa de juros de hipotecas, pode ter tido um efeito negativo sobre o mercado imobiliário, adiando os planos de compra de imóveis dos consumidores.


"Empréstimos pessoais também serão afetados pelo aumento do IOF, tornando o crédito mais caro e menos acessível aos consumidores", destaca o levantamento.


 (Fonte: G1)