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Dívidas regularizadas crescem 4,42%, a primeira alta para os meses de dezembro desde 2014, mostram SPC Brasil e CNDL

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Novo indicador lançado hoje pelo Serviço de Proteção ao Crédito acompanha a evolução de consumidores que conseguem limpar o nome. Maior parte das dívidas recuperadas são com bancos. Natal e 13º salário influenciaram aumento das regularizações


O número de dívidas regularizadas, calculado a partir das exclusões dos registros de inadimplência, cresceu 4,42% no último mês de dezembro na comparação com o mesmo período de 2016. Trata-se da primeira alta do indicador para os meses de dezembro desde 2014, quando o crescimento fora de 12,11%. Os dados fazem parte do novo Indicador de Recuperação de Crédito lançado hoje pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que permitirá acompanhar em todas as regiões, a evolução do número de consumidores brasileiros que deixam os cadastros de inadimplentes após pagamento da dívida pendente.


Os dados ainda revelam que na comparação mensal ? ou seja, em relação a novembro de 2017, sem ajuste sazonal ? o número de dívidas quitadas apresentou uma alta expressiva de 38% no mês de dezembro, influenciado, principalmente, pelas campanhas de recuperação de crédito e também pela injeção de capital extra na economia por meio do décimo terceiro salário e demais bonificações típicas do período. Nesse caso, em novembro de 2017 frente a outubro, o indicador também já havia apresentado uma alta elevada, de 11,98%, após três meses seguidos de retração.


“Com a proximidade das festas de fim de ano, muitos brasileiros costumam limpar o nome para voltar ao mercado de consumo, aproveitando o dinheiro extra do décimo terceiro e das bonificações. Além de refletir uma tendência sazonal, os números demonstram um cenário econômico pouco mais favorável para o consumidor, que aos poucos vem ganhando confiança para retomar sua capacidade de pagamento”, explica o presidente do SPC Brasil Roque Pellizzaro Junior.


45% das pendências regularizadas são com bancos


Dados mais detalhados do indicador revelam que dentre as dívidas que foram regularizadas no último mês de dezembro, a maior parte (45%) diz respeito a pendências com instiutições bancárias, como dívidas no cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e seguros, por exemplo. O segundo tipo de dívida em atraso que mais foi colocada em dia é com concessionárias de serviços básicos como água e luz, que representaram 21% do total das dívidas recuperadas no período. Completam a lista, os compromissos financeiros junto ao comércio (21%) e a quitação de contas de TV por assinatura, internet e telefone, com 5% de participação.


Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, as dívidas bancárias são a que incidem os juros mais elevados e devem ter o seu pagamento priorizado pelo consumidor. “Para evitar o superendividamento, o recomendável é que o consumidor quite sempre as dívidas de juros mais elevados. Já as contas básicas também merecem atenção especial porque o atraso no pagamento pode implicar no corte de serviços”, orienta a economista.


Número de consumidores que sairam da lista de inadimplentes cresce quase 26% em dezembro; inadimplentes com dívidas atrasadas em até 90 dias lideram recuperação de crédito


Outro dado também mensurado pelo indicador foi o volume de consumidores inadimplentes que sairam da lista de devedores. Nesse caso, houve uma alta significativa de 25,90% na quantidade de brasileiros que sairam dos cadastros de inadimplentes no último mês de dezembro na comparação com novembro, sem ajuste sazonal. Esse número também reflete o recebimento do décimo terceiro salário, que favorece a quitação de dívidas. Em novembro último, o indicador também havia apresentado uma alta elevada na comparação mensal, de 10,85% frente outubro.


Na comparação anual, isto é, dezembro de 2017 contra dezembro de 2016, houve uma ligeira queda de -1,39% na quantidade de consumidores inadimplentes que limparam seu nome.


O levantamento ainda revela que os inadimplentes com dívidas atrasadas com o menor tempo são os que mais conseguiram recuperar crédito no mercado em detrimento dos que estão na lista de devedores há mais tempo. De acordo com o SPC Brasil, 46% dos consumidores que quitaram suas dívidas tinham pendências com menos de 90 dias de atraso. Em seguida, aparecem as fatias de devedores com dívidas pendentes entre um e três anos (17%), entre 91 a 180 dias (15%), entre três a cinco anos (11%) e entre 181 a 360 dias (10%).


SPC Brasil dá dicas para consumidor regular dívidas


– Identifique o tamanho da dívida: consumidor deve calcular exatamente o quanto deve. Se não souber ao certo, o recomendável é procurar os credores para descobrir;


– Analise o quanto pode pagar por mês: saber o quanto possui para negociar é fundamental ao discutir a dívida com o credor. Se o valor não for suficiente, vender algum bem ou procurar renda extra por meio de ‘bicos’ pode ser uma alternativa;


– Aprenda a priorizar a dívida: as dívidas que possuem maiores taxa de juros deve e que implicam corte de serviços em caso de não pagamento devem ser priorizadas;


– Negocie o valor da dívida de forma realista: assim como consumidor tem interesse em regularizar sua situação, o credor também quer reaver uma pendência. Por isso, vale a pena tentar negociar. Mas o consumidor só deve propor um acordo que ele consiga cumprir;


– Troque uma dívida cara por outra mais barata: se não houver dinheiro para quitação integral da dívida, o consumidor deve propor uma mudança no tipo de financiamento, procurando alternativas mais baratas. Um bom exemplo é trocar a dívida do cartão de crédito por um crédito consignado, que cobra juros mais baratos;


– Portabilidade de crédito: também é possível encontrar um banco que aceite financiar a dívida em condições melhros que o atual banco, reduzindo o custo dos juros.




Metodologia


O Indicador de Recuperação de Crédito mostra a evolução da quantidade de devedores que deixaram o cadastro de inadimplentes num dado mês por conta do pagamento das suas pendências em atraso, bem como a quantidade de dívidas. Para isso, são usados os registros de saída de CPFs das bases a que o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) tem acesso. Os dados são de abrangência nacional.

 


Fonte: SPC Brasil