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Digitalização: a nova ideia para suprimentos de frutas e legumes

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O custo global de desperdício de alimentos e de perdas é estimado em 940 bilhões de dólares por ano. Para os negócios do setor alimentício, isso representa uma proporção significativa de retração na cadeia de fornecimento do varejo e tem um impacto direto nas empresas que lideram o topo da cadeia.


 


Pode haver uma grande oportunidade aqui para reduzir gastos, o impacto ambiental, mas fazer isso acontecer ainda é um problema complicado, que requer soluções em todos os níveis da cadeia de suprimento.


 


Frutas e vegetais frescos são uma categoria desafiadora no varejo em razão de seu tempo de vida curto.


 


Para identificar esses pontos de deterioração, foi examinada a cadeia de distribuição da Migros, a maior varejista de supermercados da Suíça, com 27,4 bilhões de francos suíços em vendas e uma participação de mercado acima de 20%.


Suas vendas de frutas e vegetais representam mais de 10% das vendas totais de supermercados no país.


 


É um grupo de produtos altamente competitivo que gera fluxo de compras nas lojas, requer alta disponibilidade e infraestrutura especializada. Além disso, sua carteira de produtos deve mudar de acordo com as estações.


Em termos de vendas, os varejistas com melhores práticas apresentam níveis de deterioração entre 3% e 5%.


 


A Migros está entre esses varejistas, mas para uma grande operação, até mesmo esses pequenos níveis de deterioração têm impacto significativo no lucro anual na categoria de frutas e vegetais frescos.


 


Nossa análise aprofundada teve como base cerca de meio milhão de  pontos de informação de 100 produtos frescos, em uma base de dia/loja. Revelou os três principais fatores de deterioração:


 


1) Excesso de inventário


2) Ciclos de encomenda e variação


3) Prazos de entrega mais longos


 


A melhor maneira de diminuir a deterioração é reduzir o estoque nas lojas . Uma redução de metade de um dia diminuiria os custos totais de deterioração em 40%. Suavizar os pedidos de armazenagem e dos centros de distribuição em 50% melhoraria os custos de deterioração em 30%. Aumentar a frequência da ordem diária reduziria os custos de deterioração em 17%. E reduzir os prazos de entrega em um dia em 10% dos pedidos pode reduzir a deterioração em 8%.


 


Como as empresas podem atingir essas reduções nos custos com deterioração?


 


Treinamento de funcionários e campanhas de incentivo são meios de ajudar a reduzir os ciclos de pedidos e o nível de depreciação de produtos das prateleiras. No entanto, o maior potencial vem da digitalização da cadeia de suprimentos, para fazer com que oferta e demanda se encontrem.


 


Recomenda-se três áreas principais de desenvolvimento digital para atender os principais pontos de deterioração identificados no estudo: gerenciamento de dados, previsão colaborativa integrada e rastreamento de produtos.


 


1) Gerenciamento de dados


 


Essencial para ordenar melhor, estabelecendo níveis de inventário adequados e viabilizando a transparência nas empresas. Quanto maior o tempo para obter uma informação, mais difícil será para criar previsões precisas de demanda.


 


Aqui estão três passos para a digitalização  os dados da cadeia de suprimentos:


 


• Manter dados históricos precisos. Uma previsão de demanda de alta qualidade depende disso, além de ajudar na redução de pedidos excessivos e de demandas não atendidas. Esses dados históricos podem ser integrados a outras ferramentas que facilitem a ordenação de pedidos e aumentem a transparência.


 


• Use dados de ponto de venda (POS) em tempo real (mas somente depois que tiver certeza da precisão dos dados). Precisas, as informações de POS em tempo real podem ajudar a diminuir o tempo transcorrido entre o momento em que a informação é obtida e quando se transforma em resultados, para que a sua cadeia de suprimentos possa se tornar mais responsiva às flutuações na demanda.


 


• Automatizar os pedidos. Dados históricos somados ao uso de informações ao vivo criam uma oportunidade de automatizar os pedidos em tempo real. Isso permite que as empresas superem questões relacionadas a armazenamento de dados, que frequentemente causam excesso de inventário e de deterioração em cadeias de fornecimento de produtos perecíveis. A automatização tem um grande potencial porque as atividades de pedidos geralmente envolvem tempo e recursos consideráveis.


 


2) Previsão colaborativa integrada


 


É direcionada a grandes variações nos pedidos causadas por racionamento, excesso de pedidos em razão dessa situação e diferenças geradas por transportes de longa distância. A integração de sistemas de dados para previsão colaborativa aumenta a visibilidade e reduz o risco de estoque excessivo ou da falta dele ao longo da cadeia de suprimentos.


 


Os benefícios da visibilidade da parceria na previsão da cadeia de suprimentos podem se estender ainda mais à cadeia física, permitindo prazos de entrega mais curtos, já que as entregas não precisam ser mais tão flexíveis.


 


3) Acompanhamento do produto 


 


Isso significa ter registros digitais para a entrada e a saída de produtos em cada estágio da cadeia de suprimentos. Pode ajudar a garantir uma política de “primeiro a entrar, primeiro a sair” para produtos frescos, o que diminui a idade do inventário – e, portanto, reduz o prejuízo decorrente da deterioração. As taxas de depreciação representam até 15% das vendas dos principais varejistas.


 


As soluções de cadeia de suprimento digital, portanto, oferecem um enorme potencial para previsão precisa de demanda e melhora na administração dos produtos em estoque. No entanto, as melhorias não vêm de graça nesta categoria de alta demanda.


 


Os rendimentos dos produtos, preços voláteis, fornecedores fragmentados, a configuração específica da cadeia de abastecimento, bem como os problemas de perecíveis e de qualidade, significam que os direcionadores de valor são variados e específicos de cada categoria.


 


Antes de implementar na empresa as novas soluções digitais, é vital entrevistar as pessoas que atuam ao longo de toda a cadeia de suprimentos e analisar os dados existentes para então determinar o impacto comercial que essas soluções podem ter.


 


 


Fonte: Exame– Editada