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Com desemprego elevado e incerteza eleitoral, confiança do consumidor segue estagnada em 41,9 pontos

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Os reflexos da crise econômica e as incertezas do processo eleitoral sobre as medidas que o novo presidente deverá adotar para a economia voltar a crescer têm impactado o humor do consumidor brasileiro. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor não apresentou evolução na passagem de agosto para setembro, período marcado pela campanha política no rádio e na TV. O índice ficou em apenas 41,9 pontos em setembro contra 42,4 pontos em agosto. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto maior o número, mais confiantes estão os consumidores.



O Indicador de Confiança é composto por dois componentes: o Subindicador de Percepção do Cenário Atual – que ficou em apenas 29,6 pontos – e o Subindicador de Expectativas, que alcançou 54,2 pontos.



De acordo com o levantamento, 82% dos brasileiros avaliam de forma negativa as condições da economia no atual momento, percentual que não apresentou alteração frente ao mesmo mês do ano passado, quando estava em 81% do total de entrevistados. Para 14%, o desempenho é regular e para apenas 2% o cenário é positivo. Entre aqueles que avaliam o clima econômico como ruim, os principais sintomas são o desemprego elevado (68%), o aumento dos preços (61%) – apesar da inflação controlada-, as altas taxas de juros (38%) e o aumento do dólar (29%).



47% dos brasileiros têm alguém sem emprego dentro de casa e 34% estão receosos de serem demitidos



Um dado que esclarece a má avaliação do momento atual é que quase metade dos consumidores afirmam que entre os residentes de sua casa há pelo menos

um desempregado (47%) e um terço dos que estão trabalhando têm receio alto ou médio de ser demitido (34%). O que mais tem incomodado na vida financeira familiar é o custo de vida, citado por 51%, seguido do desemprego (19%).



Indagados sobre onde mais sentem o aumento dos preços, as contas de água e luz despontam na liderança, com 89% de citações. Nos supermercados, esse percentual foi de 87%, ao passo que nos combustíveis foi de 86%.



Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, embora o país tenha superado a recessão técnica, o consumidor brasileiro ainda sente os reflexos da crise e tem ficado mais cauteloso diante do processo eleitoral em curso. “Toda eleição traz incertezas, ainda mais em uma campanha marcada pelo imponderável como a atual. Ainda há muitas dúvidas sobre como os candidatos pretendem lidar com as reformas que o país precisa. Enquanto a recuperação econômica não se traduzir em queda do desemprego e crescimento real da renda, não haverá uma percepção de melhora do bem-estar. A economia está se recuperando de forma gradual, mas enfrentou percalços ao longo do ano para esboçar uma reação mais vigorosa que justificasse uma retomada da confiança e um final de ano menos pessimista”, explica a economista.



43% dos consumidores consideram própria situação financeira como ruim



O levantamento também mostra que quando se trata de responder sobre a própria vida financeira, o número de consumidores insatisfeitos é menor do que quando se avalia a economia do Brasil como um todo, mas ainda assim é elevado. De acordo com a sondagem, 43% dos brasileiros consideram a atual situação financeira como ruim ou péssima. Outros 45% consideram regular e um percentual menor, de 11%, consideram que vai bem.



O custo de vida elevado e o desemprego são as principais razões para considerar a vida financeira ruim, apontadas por 57% e 34% desses consumidores, respectivamente. Os entrevistados mencionam também a queda da renda familiar (25%), imprevistos (13%), e a perda de controle financeiro (11%).



Um terço dos entrevistados acha que a economia não deve melhorar nos próximos meses. Corrupção e desemprego são principais causas da percepção negativa



Outra questão que a sondagem também procurou saber é o que os brasileiros esperam do futuro da economia do Brasil, considerando os próximos seis meses. Nesse caso, o estudo descobriu que 33% estão declaradamente pessimistas. Quando essa avaliação se restringe a vida financeira, no entanto, o volume de pessimistas cai para 10%. Os otimistas com a economia são apenas 19% da amostra, ao passo que para a vida financeira, o percentual sobe para 55% dos entrevistados.



Para justificar a percepção predominantemente pessimista com os próximos seis meses da economia – período que engloba os primeiros meses do novo presidente – a corrupção e o desemprego se destacam como as principais causas do pessimismo, ambos citados por 48% dos entrevistados.

Já entre a parcela majoritária que manifesta otimismo com a própria vida financeira, a maior parte (32%) não sabe explicar as razões: apenas diz esperar que coisas boas devem acontecer. Além desses, 28% acreditam que irão conseguir um novo emprego e 22% alegam fazer uma boa gestão da vida financeira, o que proporciona mais tranquilidade com o futuro.