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Brasileiro abusa do parcelamento e cartões devem movimentar R$ 1,1 trilhão em 2016

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A tradutora Gilda Garcia tem sete cartões de crédito na carteira. E não quer abrir mão de nenhum deles. Já a decoradora Márcia Ferreira tem cinco. Aqueles com limite maior, ela utiliza para comprar passagens de avião e materiais de construção para a reforma da casa. Os demais são utilizados no dia a dia.


Gilda e Márcia fazem parte de um grupo que deve levar o setor de cartões a movimentar aproximadamente R$ 1,138 trilhão neste ano, se confirmada a projeção de expansão de 7% ante 2015.


A despeito da crise, somente no primeiro semestre de 2016, os brasileiros movimentaram R$ 546 bilhões com cartões de crédito e débito no país e no exterior, crescimento de 7,2% em relação aos seis primeiros meses de 2015.


Os cartões de crédito registraram R$ 337 bilhões (aumento de 3,8%), enquanto os cartões de débito, R$ 209 bilhões (13%).


Contabilizando apenas as transações feitas no Brasil, a cifra alcançou R$ 544 bilhões entre janeiro e junho deste ano, aumento de 8,3 % ante o primeiro semestre de 2015. Os números, de fazer inveja em qualquer segmento da economia, são da Associação das Empresas de Cartões e Serviços (Abecs).


Parcelamento


Em um cenário de escalada dos índices de desemprego, queda da renda e persistência da inflação, as compras parceladas em três, seis ou até 10 vezes sem juros no cartão são uma tentação para os usuários.


Por meio do parcelamento sem juros, os emissores dos cartões concederam aos brasileiros a quantia de R$ 163 bilhões, o que representou 53% do volume de crédito concedido à pessoa física para financiar o consumo de bens e serviços.


Pesquisa da entidade em parceria com o instituto Datafolha aponta que 62% dos consumidores fazem uso do pagamento parcelado sem juros todo mês. Mas a praticidade de se carregar crédito na carteira pode virar pesadelo.


A facilidade de financiamento se torna um grande problema para muitas pessoas que gastam mais do que podem. Confundem-se e, sem fazer contas, acumulam parcelas que individualmente caberiam no orçamento, mas quando somadas estouram a conta.


Os brasileiros têm recorrido mais ao dinheiro de plástico para pagar itens do dia a dia. Os pagamentos com cartões representaram 28,5% do consumo das famílias no primeiro semestre do ano, contra 27,5% no mesmo período de 2015.


 


 


Fonte:  Estado de Minas – Editado