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CDL/BH participa de audiência pública sobre rodízio de carros em Belo Horizonte

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A possibilidade de rodízio de placas em BH foi tema de audiência da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário, nesta terça-feira (19/6). Enquanto taxistas defenderam o rodízio como alternativa para a fluidez do trânsito, vereadores, BHTrans, Polícia Militar e comerciantes não acreditam que esta seja uma boa opção. A solução seria a melhoria do transporte coletivo e o planejamento viário.

 

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário realizou audiência pública, nesta terça-feira (19/6), em que discutiu a lentidão do trânsito de Belo Horizonte em função do aumento no fluxo de veículos. Solicitada pelo vereador Wagner Messias “Preto” (DEM), a reunião foi motivada por sugestão apresentada pelo sindicato dos taxistas que prevê a implantação do sistema de rodízio de placas na capital como medida para melhorar o tráfego. Vereadores, BHTrans, Polícia Militar e comerciantes não acreditam que esta seja uma boa opção. Foi apontada como solução a melhoria na qualidade do transporte público coletivo e no planejamento viário urbano e metropolitano.


“Eu sou contra o rodízio, mas cumprindo a nossa obrigação, solicitei essa audiência para que a Câmara Municipal comece a discutir o assunto, uma vez que está sendo proposto pela sociedade civil”, afirmou o vereador Preto, reconhecendo a urgência em se apresentar uma solução para a lentidão do trânsito na cidade e a legitimidade dos taxistas em levantar a sugestão do rodízio. “Mas o que precisamos é de investimento em obras viárias”, completou.


A proposta apresentada pelos taxistas é semelhante ao que já foi implantado em São Paulo, em que cada placa ficaria proibida de circular na cidade em um dos dias da semana, nos horários de pico. “Faltam táxis nos pontos, faltam nas centrais de atendimento, mas não faltam táxis sem passageiros presos no trânsito”, afirmou o taxista Dirceu Efigênio Reis, diretor-presidente do Sindicato dos Taxistas (Sincavir). “Sabemos que o rodízio não seria a solução definitiva, mas seria uma medida paliativa”, propôs o representante da categoria.


A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) reconheceu o grave problema de mobilidade urbana que a cidade enfrenta, mas se posicionou contrariamente à implantação do rodízio. A instituição explicou que o rodízio é um modelo importado de cidades onde o transporte público coletivo já atende à demanda da sociedade. De acordo com os lojistas, o rodízio só se justificaria como desestímulo ao uso dos carros em favor de formas alternativas de transporte, mais ecológicas e de maior mobilidade, o que ainda não é oferecido ao cidadão de Belo Horizonte.




Impactos de restrições


Os comerciantes questionaram outras medidas restritivas a veículos previstas e implantadas pela Prefeitura, como ruas fechadas na Savassi e eliminação de estacionamentos no Centro, entendendo que tais ações não provocam as pessoas a desistirem dos carros e transitarem de outras formas, mas fazem as pessoas deixarem de ir ao Centro e à Savassi, em favor de locais onde possam ir de carro, prejudicando as vendas.


A Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), também contrária ao rodízio na capital, apontou para a necessidade de uma gestão do trânsito com mais inteligência, entendendo que novas estratégias de tráfego já poderiam melhorar muito o fluxo de veículos. A instituição sugeriu que fossem disponibilizados mais agentes de trânsito para administração dos gargalos, onde os engarrafamentos são criados diariamente, além da reavaliação do tempo dos semáforos em relação ao fluxo local e da grande quantidade de sinais em vias potencialmente expressas.


“Não tem cabimento uma cidade à deriva de um trânsito sem gestão”, concordou Silvinho Rezende (PT), destacando que o planejamento viário e as alternativas de transporte seriam medidas mais urgentes e eficazes do que o rodízio de placas para solução dos problemas de trânsito.


A BHTrans pontuou um conjunto de intervenções viárias previstas com o Projeto Corta Caminho e destacou a implantação do BRT e a ampliação do metrô como medidas que devem melhorar a fluidez no trânsito, entendendo que o rodízio não seria uma boa opção para o momento. A instituição acatou as críticas feitas à gestão do tráfego e afirmou que irá considerá-las e avaliar melhorias.


Participaram da reunião os vereadores Wagner Messias “Preto” (DEM), Silvinho Rezende (PT), Fábio Caldeira (PSB), Cabo Júlio (PMDB) e Carlúcio Gonçalves (PR).


Fonte: Superintendência de Comunicação Institucional, da Câmara Municipal de Belo Horizonte