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V Fórum do Motociclismo Mineiro

Atuação Social

A Câmara Setorial Duas Rodas Motos da CDL/BH, por meio do diretor Milton Furtado, realizou o V Fórum do Motociclismo Mineiro, na última quinta-feira, 27 de julho na CDL/BH. O Fórum faz parte das comemorações do Dia do Motociclista 2015, festejado também no dia 27 de julho. Representantes de diversos órgãos públicos e empresários do setor participaram do evento.

Ronaro Ferreira, representante da BHTrans, apresentou o número de acidentes envolvendo motos no trânsito na capital. De junho de 2012 a março de 2015, houve 786 acidentes. As principais causas são a desatenção (20%), distância pequena entre veículos (9,7%) falha ao julgar o trajeto, velocidade e/ou espaço (9,6%)… “A boa notícia é que quando comparamos o crescimento da frota de motos com o número de acidentes, há uma diminuição, os últimos dados que temos é de 2012 e houve uma queda de 5%”, argumentou Ferreira.

A representante da coordenação de educação de trânsito do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) Sandra Michalick, disse que várias ações serão realizadas durante 2015. Uma delas é o prêmio Motoristas de Destaque, que irá premiar motofretistas, motociclistas e motoristas. Além disso, um curso teórico e prático de reciclagem em parceria com a empresa Honda, esta em fase de elaboração.

Roseli Fantoni apresentou todo o trabalho de educação no trânsito realizado pelo Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DER-MG). Para ela, os pilares necessários para mudar a triste realidade do nosso trânsito se baseiam na educação, informação, fiscalização e campanhas. “Precisamos de leis sim, mas somente elas não resolvem, temos que mudar nossa cultura. Quando eu perguntei a um amigo do Japão se lá eles faziam campanhas para respeitar as leis de trânsito, ele me respondeu que não, pois isso é o óbvio”, justificou.

O coordenador da Unidade de Urgência do Hospital João XXIII, o médico Rômulo Souki, apresentou as consequências dos acidentes envolvendo motociclistas. Segundo ele, por ano, 130 mil pessoas morrem decorrentes de traumas causados por acidentes de trânsito no Brasil. Para cada morte, três pacientes têm sequelas irreversíveis, o que reduz em 35 anos a expectativa de vida dessas pessoas. 

Rômulo Souki disse que as sequelas por traumas atingem uma faixa da população jovem, em torno dos 20 anos. “São jovens que estão em idade economicamente ativa, poderiam estar trabalhando, estudando, comprando, movimentando a economia, mas levam dois anos para se recuperarem de alguma sequela, isso quando se recuperam, é um custo social enorme”, esclarece Souki.

Dados apresentados pelo médico mostram que, por ano, quase 500 mil pessoas sofrem sequelas em acidentes de trânsito no país. Somente em Minas Gerais, em 2011, foram gastos R$ 4,576 milhões para recuperação desses pacientes. No Brasil, todos os anos o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de R$ 102 milhões na recuperação de vítimas de acidente com motos. Em BH, somente este ano, levando em consideração até o mês de julho, já houve quase 3400 acidentes envolvendo motos, com um total de 31 mortes. No mesmo período do ano passado houve 51 óbitos”, afirmou o médico.

O diretor da Câmara Setorial Duas Rodas Motos, Milton Furtado, disse que o objetivo da Câmara em 2015 é alcançar três metas. Um delas é a realização da segunda edição da campanha Ande Seguro, que acontecerá de 04 de agosto a 30 de outubro. A campanha consiste em paradas educativas, em vários pontos da capital, para alertar os motociclistas sobre as condições de segurança pessoais e de suas motos.

A segunda meta é a busca para isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para luvas, botas e jaquetas específicas para uso dos motociclistas, visando maior segurança e redução de sequelas em acidentes. E por último, a terceira meta é a busca de apoio dos órgãos públicos e sociedade civil para a criação de corredor exclusivo para motos nas vias e faixa de motos, em área anterior a faixa de pedestres.

“Quando criamos a Câmara em 2010, eu fiz uma previsão que em 2015, começaríamos ver os resultados. Graças a Deus, lá em 2012 já tivemos a redução do ICMS para capacetes. Nós temos que continuar mobilizando os órgãos públicos e o setor privado pela causa e não podemos parar de trabalhar”, concluiu Furtado.