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O processo de Impeachment da presidente Dilma Rousself

Atuação Social

O Conselho Consultivo da CDL/BH recebeu a visita do professor de Ciências Sociais da Puc-Minas, Malcon Camargos, nesta quinta-feira, 10 de novembro, durante a reunião do grupo. O professor explicou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousself.

De acordo com cientista social, o processo de Impeachment da presidente Dilma Rousself poderia ocorrer por duas vias. Uma delas pela cassação do mandato por meio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devido a doações das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Lava Jato na campanha eleitoral da presidente. “Isso provavelmente não ocorrerá, pois neste caso será empossado no cargo o segundo colocado no processo eleitoral, que seria o senador Aécio Neves. Só que a campanha dele também obteve doações para as eleições”, explica.

Outro modo de ocorrer o processo de impeachment é pelo Congresso Nacional, em que o presidente da Câmara, no momento o deputado federal Eduardo Cunha, precisa acatar o pedido de impeachment, como o fez na semana passada. Apesar disso, Cunha, que era um símbolo para a oposição contra o governo do PT, virou um “fardo pesado”, depois dos diversos escândalos envolvendo o seu nome. “Ele perdeu a legitimidade para propor esse impeachment, altera as leis em prol de si mesmo, o que resultou na intervenção do judiciário”, comenta.  

Segundo Camargos, é a primeira vez que temos no país um cenário com crise econômica, crise política e escândalos de corrupção. “Como o noticiário prioriza as notícias sobre corrupção, a sociedade acredita que os ajustes fiscais são para financiar a corrupção e o governo tem cada vez mais dificuldade de aprovar as medidas de ajuste fiscal”, explica.

O conjunto dessas crises vem afetando a credibilidade dos políticos no geral, não somente os ligados ao governo ou ao PT. Um gráfico apresentado pelo professor mostra que o ex-presidente Lula possui atualmente 55% de rejeição da população, José Serra tem 54%, Geraldo Alckmin possui 52%, Ciro Gomes, 52%, Marina Silva com 50%. O principal oponente do governo do PT atualmente, o senador Aécio Neves tem 47% de rejeição. “Todos os políticos estão sendo rejeitados. Você percebe que a diferença entre Lula e Aécio é apenas de 8%. O fracasso do PT, não favoreceu nenhum outro partido”, esclarece Camargos.

O professor explica que o ambiente de crise gera também uma crise de confiança muito grande no Brasil, o que reflete nas nossas relações. Segundo uma pesquisa apresentado pelo cientista social, a confiança interpessoal na América Latina, que já é uma das mais baixas do mundo, está em 17%. “No Brasil, esse índice está em 7% das pessoas que acreditam no outro, isso é muito baixo”, argumenta. Camargos fala que o índice de confiança no Executivo e no Congresso atualmente está em 19%, nos partidos políticos, 10%, nos meios de comunicação como TV, 46%, nos estudantes, 70% e nas Igrejas, 71%.

Bráulio Filgueiras
Comunicação e Marketing