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III Fórum de Motociclismo Mineiro

Atuação Social

O III Fórum de Motociclismo Mineiro foi realizado nesta sexta-feira, 02 de agosto, na sede da CDL/BH e expôs os principais desafios para o setor de motociclismo na Capital. Os vice-presidentes Anderson Rocha e Marcos Innecco representaram a Entidade, além do integrante da Câmara Setorial Duas Rodas – Motos, Milton Flores Furtado, que ministrou uma das palestras. 

Para mostrar a dimensão do setor de motos no Brasil e em Belo Horizonte, Furtado apresentou primeiramente os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Segundo ele, o país possui hoje 77 milhões de veículos. Desse montante, pouco mais de 20 milhões são motocicletas, ou seja, 26% da frota nacional. Em Belo Horizonte, o número de motos atualmente é de 203 mil, e esta em franca ascensão.
 
De acordo com Furtado, a previsão de recolhimento somente do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) para 2013 é de 658 milhões de reais, desse total 5% esta previsto para campanhas educativas. “Eu nunca vi uma campanha sequer realizada com esse recurso do DPVAT, gostaria do apoio de todos os presentes, para que possamos pleitear juntos a realização dessas campanhas”, pontuou Furtado.
 
O representante da Câmara Duas Rodas – Motos da CDL/BH também falou das iniciativas que estão sendo realizadas para o setor. Uma delas é o evento que será realizado na Casa de Minas em São Paulo, voltado para os empresários paulistanos, apresentando o potencial do setor de motos de Minas Gerais.
 
Outra ação é a campanha Ande Seguro, na qual se busca incentivar o uso consciente de capacete, luva e bota pelo motociclista. Esses itens são considerados os principais para evitarem a maior parte dos traumas em acidentes com motos, que são nas mãos, região do pescoço para cima e da canela para baixo. “A nossa próxima intenção é solicitar ao Governo do Estado, que assim como houve com o capacete, as botas e as luvas também possam ter isenção fiscal”, explicou Furtado.
 
Segundo ele, a Câmara Setorial Duas Rodas juntamente com outras entidades “estão trabalhando também para que os motociclistas autônomos tenham uma linha de crédito, hoje inexistente, para que possam comprar suas motos e equipamentos de segurança”, expôs. 
 
O diretor clínico do Serviço de Cirurgia Geral do Trauma do Hospital João XXIII, Otaviano de Paula Freitas, também participou do Fórum e apresentou fatos alarmantes sobre a atual situação do setor de motociclismo da Capital. “Quando eu observo no hospital um engarrafamento de macas ou eu vejo um jovem com alguma extremidade amputada, não tenho dúvidas de que foi um acidente com moto”, disse Freitas.
 
De acordo com o diretor, desde o início do ano até hoje, o hospital João XXIII recebeu 4200 atendimentos de acidentes envolvendo motos. Somente no primeiro semestre deste ano, 40 pessoas morreram e para cada uma dessas pessoas falecidas, existem outras quatro que se tornaram incapacitadas para o resto da vida. “Atualmente, todo o terceiro andar do hospital é voltado para os pacientes incapacitados que se acidentaram com motos, cerca de 200 pessoas”, expôs o diretor. 
 
A maioria dos acidentes com motos são tão graves que 50% das vítimas morrem na mesma hora, 30% nas primeiras horas e 20% nas primeiras semanas. Além disso, segundo o Dr. Freitas, o governo tem um custo médio de R$ 250 mil por cada paciente que fica algumas semanas internado. Fazendo os cálculos, os gastos com os pacientes envolvidos em acidentes representam cerca de 10% do PIB por ano. 
 
O vice-presidente da CDL/BH, Anderson Rocha, alertou para a importância das campanhas educativas como o modo ideal de prevenir os acidentes e consequentemente evitar os gastos posteriores. “A questão da educação é de extrema importância. Será que estamos informando nossas crianças e jovens como se comportar no trânsito?”, questionou Rocha. 
 
O representante da BH Trans no Fórum, Ronaro Andrade Ferreira, aproveitou o momento para expor que o órgão faz campanhas educativas nas escolas. “Há 14 anos, a BH Trans leva as campanhas para as escolas da Capital. E nos últimos três anos, tem focado ainda mais nos alunos do ensino médio, devido a proximidade com a retirada da carteira de motorista”, concluiu Ronaro. 
 
 
Campanha Ande Seguro
 
Durante todo o mês de agosto, acontecerão Campanhas Educativas em diversos pontos estratégicos da cidade. Nestes locais, serão distribuídas cartilhas sobre o modo correto de vestimenta, legislação, check-up nas motos e brindes.