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CDL/BH discute sobre como empregar pessoas em situação de rua

Atuação Social

Um retrato atual da população de rua de Belo Horizonte foi apresentado na última reunião do Conselho Consultivo da CDL/BH realizada nesta quinta-feira, 08 de maio. A Secretária Municipal de Políticas Sociais, Gláucia Brandão, a Coordenadora do Comitê de Monitoramento da Política para População de Rua, Soraya Romina, e o professor Frederico Garcia, do Centro de Referência em Drogas da UFMG, estiveram presentes para apresentar o Terceiro Censo de População em Situação de Rua e Migrantes de Belo Horizonte realizado recentemente.
 
O censo mostrou que 1827 pessoas vivem nas ruas da Capital atualmente e a região Centro-Sul concentra o maior número delas (44,8%), em segundo lugar vem a regional Norte (15,6%), depois a Nordeste (9,3%) e Pampulha (9,2%). As demais regiões apresentaram índices inferiores a 6%. Cerca de 12% dos entrevistados afirmam trabalhar com registro em Carteira de Trabalho, apesar de viverem nas ruas, e 72% dos que se encontram nessa situação já trabalharam um dia com registro.
 
Um número que chamou a atenção dos empresários presentes na reunião é que o Censo apontou que 94% dessa população se diz interessada em deixar a rua e 60% manifestaram desejo de trabalhar. O diretor da CDL/BH, Fausto Isac, afirmou que, diante disso, é dever da Prefeitura de Belo Horizonte, desenvolver programas de reinserção social para essas pessoas. “Se essas pessoas querem sair das ruas, não vamos dar sossego à PBH, e temos que pensar também como podemos contribuir”, disse.
 
De acordo com a secretária, “o censo é importante para que a Prefeitura possa conhecer mais profundamente o perfil dos moradores de rua de Belo Horizonte, qualificar os serviços públicos e melhorar o atendimento, para promover e reinserção social”. Ela acredita que essa reinserção seja possível por meio do trabalho. O nível escolar dessa população aumentou em relação aos Censos anteriores, com isso essas pessoas têm mais chances de conseguir uma vaga. “Eu conto com o apoio de vocês para reduzir o preconceito em relação a essas pessoas para conseguirmos reinseri-las na sociedade, devolvendo a dignidade a elas”, disse. O presidente da CDL/BH, Bruno Falci, afirmou que é necessário conhecer as habilidades dessas pessoas, para ver quais podem conquistar uma vaga no comércio. “Quem forma mão de obra não é o governo, e sim os empresários”, disse.
 
 
Atuação da PBH
 
De acordo com Soraya Romina, existem atualmente 900 vagas nos abrigos e albergues da Capital e em certas épocas do ano elas ficam ociosas. De acordo com a Coordenadora do Comitê de Monitoramento da Política para População de Rua, existe um trabalho de abordagem à população em situação de rua para convidá-las para os abrigos e albergues, ou utilizar outros serviços públicos, mas é difícil convencê-las. 
 
Ela afirma que um complicador é o fato dessas pessoas muitas vezes receberem alimentação, cachaça e dinheiro da população. “Enquanto elas recebem isso de graça, faltam estímulos para que essas pessoas queiram sair dali.”, disse. 
 
Romina disse ainda que existe um trabalho de assistência social na Rodoviária para abordar pessoas que chegam de outras regiões e permanecem por lá. São oferecidas passagens de volta para essas pessoas, vagas nos abrigos e albergues, mas nem sempre elas aceitam. 
 
Baixe o Censo Completo no link abaixo:
 

Dálcia de Oliveira
Comunicação e MKT CDL/BH