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Vendas do comércio na capital mineira registram queda de 0,17% em abril, aponta pesquisa da CDL/BH

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Apesar da melhora no cenário econômico com a desaceleração da inflação e queda nos juros, o comércio da capital ainda não apresentou sinais de recuperação. De acordo com levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), as vendas apresentaram queda de 0,17% em abril na comparação com o mesmo período de 2016. O presidente da CDL/BH, Bruno Falci, explica que mesmo com a queda da inflação e dos juros, a taxa de desemprego ainda continua elevada. “A renda em circulação vem diminuindo e como consequência temos queda nas vendas”, disse.
 
Ainda de acordo com a pesquisa, no mesmo período (Abr.17/Abr.16), um setor apresentou crescimento nas vendas, o de drogarias, perfumarias e cosméticos (+1,79%).   Os demais tiveram  queda:  ferragens,  material  elétrico  e  de  construção (-2,45%), tecidos, vestuário, amarinho e calçados (-1,71%), artigos diversos que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo e fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha (-1,44%), supermercados e produtos alimentícios (-0,23%), máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-0,15%), Papelarias e Livrarias (-0,12%) e veículos e peças (-0,03%).
 
Na base de comparação mensal (Abr.17/Mar.17), o índice real de vendas apresentou queda de 1,57%. Para Falci, esta queda é efeito calendário, pois abril teve menos dias úteis que o mês de março (18 dias em abril contra 22 em março). Em abril, quando comparado com março, todos os setores apresentaram queda. São eles: Papelarias e Livrarias  (-5,29%),  artigos  diversos  (-4,97%), supermercados e produtos alimentícios (-4,49%), ferragens, material elétrico e de construção (-2,62%), tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-2,61%), veículos e peças (-2,12%), drogarias, perfumes e cosméticos (-0,98%) e máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-0,19%). 
 
 
Na análise anual, desemprego também afeta as vendas
 
No acumulado do ano (Jan.17-Abr.17/Jan.16-Abr.16) as vendas do comércio de Belo Horizonte apresentaram decréscimo de 0,11%. “Essa queda é reflexo do aumento da taxa de desocupação e perda na renda”, afirma o presidente da CDL/BH. “Menos pessoas dispõem de renda para consumo, pois seus orçamentos já estão comprometidos com os custos básicos. E elas preferem conter e adiar o consumo, evitando dívidas”, completa.
 
Os setores que tiveram crescimento nesse período (Jan.17-Abr.17/Jan.16-Abr.16) foram: drogarias, perfumarias e cosméticos (+0,85%) e supermercados e produtos alimentícios (+0,34%). Em queda aparecem: veículos e peças (-0,84%), Papelarias e Livrarias (-0,57%), ferragens, material elétrico e de construção (-0,52%), tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-0,27%) e máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-0,20%). 
 
 
Sinais de recuperação para 2017 
 
Após queda de 3,5% no ano de 2016, a economia segue com sinais de recuperação para 2017, com previsão de crescimento de 0,5%. A projeção para inflação, medida pelo IPCA, é de fechar o ano de 2017 em 3,94% e os juros devem ficar em 8,5%. Para Bruno Falci, apesar das expectativas para a economia brasileira estarem mais positivas, a instabilidade no quadro político pode influenciar o indicador de confiança dos empresários e dos consumidores. “As denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer podem gerar instabilidade no quadro econômico”, afirma. 
 
Falci explica que a tarefa do governo federal, além de tentar impedir a contaminação do cenário político na economia, é a de interromper o ciclo de retração da atividade econômica. “A aprovação das reformas previstas não pode parar”, pontua. “O governo também precisa criar políticas de fomento para estimular o investimento produtivo e alavancar o emprego e a renda”, conclui.