Em que posso ajudar?

WhatsApp
Imprensa -

Peso dos tributos no comércio

Sugestão de Pauta


Lojistas destinam entre 5% e 20%
do faturamento para pagamento de tributos


Impostos elevados, concorrência de mercado e juros altos são os principais desafios para manter a empresa aberta

 

Belo Horizonte, 7 de março de 2013 – A elevada carga tributária brasileira continua impactando nos negócios dos empresários mineiros. Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de  Belo Horizonte (CDL/BH) realizada com 200 empresários da capital mineira entre os dias 4 e 26 de fevereiro apontou que mais da metade dos entrevistados (52,5%) disseram pagar entre 5% e 20% do seu faturamento em tributos. Os que pagam entre 20% e 30% totalizam 20% dos entrevistados. Em seguida estão: até 5% (10%), de 30% a 40% (7,5%), de 40% a 50% (6,25%) e acima de 50% (3,75%).

Dentre os desafios para manter a empresa aberta, o fator mais apontado, com 47,24% das respostas, foi a alta carga tributária. “O PIB apresentou o pior crescimento em três anos. Enquanto isso a carga tributária brasileira em 2012 chegou a 36,27% do PIB, superando inclusive o índice de 2011 que foi de 36,02%”, afirmou o presidente da CDL/BH, Bruno Falci. “A cada dia estamos pagando mais impostos. Grande parte do faturamento vai direto para o pagamento de tributos”, completou.

Outros fatores que dificultam a manutenção das empresas são a concorrência de mercado (com 14,07% das respostas), juros altos (11,56%), custo da mão de obra (9,05%), outros que incluem falta de mão de obra qualificada, capital de giro, custo alto do aluguel e custo do produto (6,53%), burocracia excessiva (4,52%), ser um pequeno empresário (2,51%), segurança (2,01%), crédito/capital de giro limitado (1,51%) e inadimplência (1,01%).

 

Crescimento 

Quanto ao crescimento econômico, 35,98% dos entrevistados acham que o aumento deve ser de até 5%. Os que acreditam em crescimento de mais de 10% totalizam 32,32% dos entrevistados. E 17,07% dos lojistas acham que o crescimento econômico deve girar entre 5% e 7%. Na faixa entre 7% a 10% de crescimento foram 14,63% das respostas. O presidente da CDL/BH explica que embora o comércio varejista tenha apresentado um bom desempenho em 2012, de forma geral a economia apontou um crescimento relativamente baixo ao longo do ano. “O pequeno crescimento foi puxado principalmente pelas variações negativas no setor industrial, colaborando para uma menor expectativa de aumento por parte dos lojistas”, afirmou.

A situação do comércio varejista deve melhorar em 2013, na comparação com 2012, para 61,35% dos empresários. “Os empresários acreditam que as medidas de incentivo ao consumo continuarão surtindo efeito, assim como aconteceu em 2012”, disse Falci. Para 29,45% deve ficar igual e 9,2% acham que deve piorar.

 

Lucros

As expectativas dos lojistas quanto aos lucros não estão tão otimistas quando comparadas com o ano passado. Para 38,22% os lucros este ano devem ficar no mesmo patamar que o de 2012, enquanto 30,57% esperam que os lucros aumentem em relação ao ano anterior. E 31,21% acham que os lucros devem ser menores em relação a 2012. No ano passado, a maior parte dos lojistas se mostrava mais otimista, com 52,33% esperando lucros melhores que os do ano anterior. “Apesar do bom cenário econômico, principalmente em relação à expansão do crédito e do mercado de trabalho, os lojistas não esperam um avanço nas vendas tão grande quanto o que ocorreu no ano de 2012”, explicou o presidente da CDL/BH. “Mas é preciso lembrar que 2012 é uma base de comparação forte”, completou.

 

Crédito

Os empresários não se mostraram muito dispostos a utilizar o mercado de crédito: 48,6% dos lojistas disseram usar recursos próprios para financiar suas operações. E apenas 37,99% afirmaram buscar recursos com bancos ou financeiras. Entre as outras respostas estão: não trabalha com recursos para financiar pagamentos/prestações (8,94%), os recursos serão junto a fornecedores com negociação de preços e prazos de pagamento (3,35%) e não souberam dizer (1,12%).

Quanto à inadimplência, 62,73% dos lojistas disseram que em suas empresas ela representa entre 0% e 2,5% do total de vendas e 12,42% dos empresários acham que ela está na faixa de 2,6% a 5%. “Isso mostra um percentual relativamente pequeno de pagamentos não recebidos”, afirmou o presidente da CDL/BH. As outras faixas são: de 5,1% a 7,5% (9,32%) dos lojistas, mais de 15% (4,97%), de 7,6% a 10% (4,35%), de 10,1% a 12,5% (3,73%) e de 12,6% a 15% (2,48%).

 

Perfil – A maior parte das empresas entrevistadas (32,73%) tem até quatro funcionários. “Vemos uma predominância de micro e pequenas empresas no comércio varejista de Belo Horizonte, já que grande parte dos entrevistados apresentou quadro de funcionários reduzidos”, afirmou Falci. E o número de empresas deste tamanho tem aumentado. Em 2012 eram 31,67% do total.

Outro fator que mostra a predominância de empresas de pequeno porte é o fato da maioria delas se concentrar nas faixas de faturamentos mais baixas: 16% delas declararam ter um faturamento anual entre R$ 377.001, e R$ 754.000, 15% relataram faturamentos entre R$ 1.134.001 e R$ 2.290.000. As empresas com faturamento até R$ 61.000 (totalizam 13% dos entrevistados); de R$ 123.001 a R$ 377.000 e de R$ 754.001 a R$ 1.145.000 representam 13% das respostas cada uma.