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Inadimplência das empresas de Minas Gerais segue em alta

Sugestão de Pauta

O cenário econômico desequilibrado tem comprometido a capacidade de boa parte dos empresários em honrar suas dívidas. Prova disto é que a inadimplência das empresas mineiras aumentou 9,07% em dezembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2015, esse índice ficou em 17,15%, enquanto nos anos de 2014 e 2013 esses índices foram de 8,69% e 12,06%, respectivamente. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) das CDL’s em Minas Gerais. “Após um longo período de crise econômica, esta diminuição da inadimplência na margem apresenta uma sinalização de melhora na economia”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci. “Mas este número de empresas inadimplentes ainda é considerado alto”, acrescenta. 

(Gráfico 1)

Em dezembro, o setor que registrou a maior quantidade de negócios inadimplentes foi o de serviços (alta de 14,04% frente ao mesmo período do ano anterior). Falci atribui esse resultado a retração das atividades no setor de serviços. “Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse segmento assinalou uma retração (-5,0%) em suas atividades no acumulado do ano (Jan.16/Nov.16)”, disse. “Esse resultado é reflexo, sobretudo, da alta taxa de inflação que prejudicou as vendas e o caixa desses negócios”, completa.

A inadimplência nos outros setores comportou-se da seguinte forma em dezembro frente ao mesmo período de 2015: indústria (+7,87%); comércio (+7,17%); agricultura (+5,73%) e outros tipos de estabelecimentos (-5,64%).

(Gráfico 2)

Comparativo com o mês anterior – Na base de comparação mensal (Dez.16/Nov.16) a inadimplência das empresas mineiras registrou um crescimento de 0,36%. “O consumidor com orçamento reduzido foi mais cauteloso nas compras de final de ano, fator que pode ter impactado diretamente na capacidade de pagamento das empresas”, afirma o presidente da CDL/BH. “Isso elevou o número de contas pendentes em dezembro”, acrescenta.

(Gráfico 3)

Dívidas das empresas – De acordo com os dados do SPC das CDL’s de Minas Gerais, o número de dívidas em atraso das empresas cresceu 8,01% em dezembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior (Dez.16/Dez.15). “Novamente percebe-se que consumo familiar desacelerou por causa do desemprego e inflação elevada. Como resultado disso, o empresário vende menos e acaba acumulando  dívidas”, afirma Falci. Na comparação com novembro (Dez.16/Nov.16), as dívidas em atraso apresentaram queda de 0,15%.

(Gráfico 4)

inadimplência dos consumidores – A inadimplência dos consumidores de Minas Gerais também apresentou aumento em dezembro na comparação com o mesmo período do ano anterior (Dez.16/Dez.15). O índice foi de 5,24%. Para o presidente da CDL/BH, o enfraquecimento da capacidade de pagamento dos mineiros é reflexo da queda de rendimento real na renda das famílias. “Com menor capacidade de pagamento, muitas pessoas têm focado seus recursos para a subsistência da família, deixando de quitar seus débitos”, explica. Comparando com o mês anterior (Dez.16/Nov.16), o número de pessoas inadimplentes cresceu 0,30%.

Dívidas do consumidor – Segundo os dados de dezembro do SPC das CDL’s de Minas Gerais, o número de dívidas dos mineiros também cresceu (3,78%) na comparação com o mesmo período do ano anterior (Dez.16/Dez.15). Falci atribui esse aumento ao efeito corrosivo da inflação que afeta diretamente o rendimento médio da população empregada. “Existe dificuldade por parte da população em se planejar financeiramente pela falta de hábito. E com a elevação da inflação fica mais difícil fazer este planejamento, por causa da perda constante na renda”, finaliza. Em comparação com o mês anterior (Dez.16/Nov.16), o número de dívidas em atraso apresentou queda de 0,19%.

Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e as CDL’s de Minas Gerais têm acesso. O indicador de pessoas físicas inadimplentes mostra a variação mês a mês no número de pessoas registradas na base do SPC Brasil. Cada pessoa física inadimplente é contada apenas uma vez, independente do número de dívidas que tenha em atraso. Já o número de dívidas em atraso mostra a quantidade média de dívidas em atraso de cada pessoa física.