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Entidades mostram que números permitem reabertura do comércio

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Atuais índices de internações e de isolamento social evidenciam que a paralisação das atividades econômicas não reduziu a disseminação do Coronavírus

O comércio considerado não essencial pela Prefeitura de Belo Horizonte está fechado desde o dia 11 de janeiro. A administração municipal alegou que os motivos da nova interrupção das atividades estavam diretamente relacionados ao alto índice de ocupação de leitos dedicados ao tratamento de Covid-19 e à necessidade de reduzir a circulação de pessoas nas ruas.

No entanto, em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira, 26 de janeiro, 24 entidades representativas de diversos segmentos da nossa economia mostraram em números que o fechamento do comércio ocorrido há 15 dias não surtiu os efeitos desejados. Uma análise da oferta de leitos (enfermaria e UTI na rede SUS da capital) revela que os índices de ocupação apresentados pela administração municipal no dia 06 de janeiro (83,5% – UTI Covid / 63,7% – Enfermaria Covid) são reflexo direto do fechamento de leitos que começou a ocorrer a partir de setembro passado. Foram desativados 175 leitos de UTI e 276 leitos de enfermaria que, até o momento, não foram reativados.

No último dia 24 de janeiro, foram registradas 503 internações em UTI’s nas redes SUS e suplementar. No dia 06 de agosto de 2020, data da reabertura do comércio, eram 558 internações em leitos de UTI. A avaliação revela que o número de pessoas internadas atualmente é menor que na data de retomadas das atividades comerciais em agosto de 2020.

Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva, a reabertura dos leitos interessa não somente ao comércio, mas toda a população de Belo Horizonte. “Em agosto, tínhamos um leito SUS de UTI para atender 5.900 pessoas. Com a redução, hoje temos um leito de UTI para 8.250. É bom lembrar que não estamos pedindo a abertura de nenhum leito novo. Estamos cobrando apenas a reativação dos que foram fechados”, afirma.

Os índices referentes ao isolamento social, também apresentados pela Prefeitura como motivador para o novo fechamento do comércio, revelam que nos três dias úteis anteriores ao anúncio da paralisação, a média de isolamento era 46,03%. No último boletim epidemiológico, emitido nesta segunda-feira, dia 25, este índice registrava uma média de 45% nos dias úteis desde o fechamento, ou seja, o isolamento social diminuiu mesmo com o comércio estando fechado.

Por outro lado, o transporte coletivo também sofreu alterações. A frota foi reduzida, bem como os horários de circulação. Isso tem gerado aglomerações em pontos de ônibus e os veículos têm apresentado excesso de passageiros. Tal realidade é contrária ao pregado pela administração municipal quando se refere à necessidade de isolamento social. Com a restrição do funcionamento do comércio na capital, os belo-horizontinos têm migrado para as cidades da Grande BH para realizarem suas compras. 

Diante desses números, as entidades entendem ser possível a reabertura das atividades que hoje estão impedidas de funcionar. Segundo Souza e Silva, “hoje conseguimos comprovar mais uma vez que o fechamento do comércio não resolve o problema do aumento do número de casos de Covid na cidade. Com o comércio fechado não houve aumento no índice de isolamento social. Não houve redução de internações em leitos de UTIs na rede SUS. A alta na taxa de ocupação de leitos aconteceu porque a Prefeitura não reativou os leitos que foram fechados. Com o comércio fechado, o trânsito na cidade continua o mesmo e os ônibus continuam andando lotados. Queremos que a Prefeitura leve em consideração estes números para que as atividades que hoje estão fechadas possam reabrir as suas portas. Está comprovado em números que a reabertura imediata é perfeitamente possível”.