Em que posso ajudar?

WhatsApp
Imprensa -

Empresários da capital estão otimistas para as vendas de Natal

Sugestão de Pauta

Mesmo com a desaceleração das vendas ao longo do ano, os comerciantes da capital apostam no Natal para recuperar parte do faturamento de 2016. Prova disto é que a expectativa de 68,0% dos empresários para a data é de um desempenho melhor ou igual ao do ano anterior. Em 2015, essa era a percepção de apenas 24,8% dos entrevistados. Já o índice de lojistas que esperam um resultado pior no Natal caiu de 75,2% para 31,4%. Os que não responderam totalizam 0,6%. A pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) ouviu 175 empresários da capital e Região Metropolitana no período de 24 de outubro a 4 de novembro.

 

(Gráfico 1)

 

O presidente da CDL/BH, Bruno Falci, explica que apesar do período de instabilidade econômica, o forte apelo emocional do Natal levará os consumidores às lojas neste fim de ano. “E é esse comportamento que acaba ampliando a expectativa dos lojistas para as vendas na data”, afirma. “O lojista sabe que o consumidor pode até comprar presentes de menor valor agregado, mas dificilmente ele deixará a data passar em branco”, completa.

 

Estoque – Apesar da boa expectativa do varejo para o Natal, a maioria dos empresários (44,6%) investiu em um estoque igual ao do ano passado. Falci atribui essa cautela dos comerciantes a atual conjuntura econômica. “A desaceleração do movimento no comércio gerou queda nas vendas nas principais datas comemorativas do ano” afirma. “Com isso, já era esperado certo receio por parte dos lojistas quanto ao volume das encomendas para o fim do ano”, completa. Enquanto isso, 14,3% dos entrevistados apostaram em um estoque maior e 33,7% em um volume menor. Os que não sabem ou não responderam totalizam 7,4% dos entrevistados.

(Gráfico 2)

 

O presente – Assim como nos anos anteriores, as roupas devem liderar a intenção de compra dos consumidores, conforme a opinião de 38,6% dos empresários. Em seguida figura a preferência por calçados (16,2%). Segundo o presidente da CDL/BH, esses produtos têm uma boa saída devido ao seu menor valor agregado e versatilidade. “São itens que se encaixam no orçamento do consumidor e que agradam praticamente todos os públicos”, afirma.

 

Os demais produtos citados foram: brinquedos (6,6%); perfumes/cosméticos (5,1%); joias e bijuterias (5,1%); artigos diversos que incluem fotos, canecas, acessórios, cintos, bolsas e etc. (4,6%); bombons e doces (4,6%); cama, mesa e banho (2,5%); óculos (2,5%); produtos alimentícios (2,0%); relógios (2,0%) e outros (10,2%).

 

(Gráfico 3)

 

Tíquete médio – Devido ao cenário de inflação elevada os empresários acreditam que o consumidor deve gastar, em média, R$ 104,56, com cada presente. Esse valor é 18,07% maior que a intenção do tíquete médio de 2015 (R$ 88,56). “Apesar do orçamento apertado, os consumidores devem desembolsar um pouco mais neste Natal, pois o valor dos produtos está mais caro”, afirma Falci.

 

Ao separar a intenção de compra por faixa de valor, a maioria dos empresários (70,5%) acredita que o belo-horizontino está disposto a gastar até R$ 100 com o presente deste fim do ano. Em seguida aparecem: de R$ 100,01 a R$ 150 (12,9%); de R$ 150,01 a R$ 200 (5,9%); de R$ 200,01 a R$ 250 (3,5%); de R$ 250,01 a R$ 300 (1,8%); de R$ 300,01 a R$ 400 (2,9%); de R$ 400,01 a R$ 500 (0,6%) e acima de R$ 500 (1,8%).

 

(Gráfico 4)

 

A pesquisa da CDL/BH também mostra que o valor gasto pelo consumidor pode variar conforme o tipo de presente escolhido. Segundo os empresários, quem presentear com calçados vai desembolsar cerca de R$ 119,05. O gasto com perfumes e cosméticos deve girar em torno de R$ 106,25. Em seguida aparecem: roupas (R$ 93,84); brinquedos (R$ 90,63) e joias e bijuterias (R$ 63,89).

 

(Gráfico 5)

 

Forma de pagamento – Perguntados sobre qual será a escolha do consumidor na hora do pagamento das compras, 66,3% dos empresários apostam no parcelado no cartão de crédito. Em 2015, esse índice era de 60,8%. Para o presidente da CDL/BH essa percepção é reflexo da redução na renda das famílias devido ao encarecimento do custo de vida e ao desemprego. “Os comerciantes acreditam que as pessoas vão dividir a compra de forma que a parcela se encaixe no orçamento familiar”, afirma.

 

As demais formas de pagamento citadas pelos empresários foram: dinheiro (21,1%); à vista no cartão de crédito (5,7%); cartão de débito (3,4%); à vista no cartão da própria loja (0,6%); parcelado no carnê (0,6%) e à vista no cheque (0,6%). Os que não responderam totalizam 1,7% dos entrevistados.

 

(Gráfico 6)

 

Estratégia de vendas – Para atrair mais consumidores às lojas neste fim de ano, 25,7% dos empresários vão apostar em promoção, ofertas e liquidações. Falci afirma que os consumidores estão com o orçamento mais apertado e, consequentemente, mais atentos ao custo/benefício de cada item. “Desde o início do ano, os comerciantes vêm percebendo essa tendência. Ciente disso, eles pretendem ofertar produtos com um valor mais atrativo para ampliar suas possibilidades de venda”, explica.

 

As demais estratégias citadas foram: decoração da loja (22,8%); aperfeiçoamento no atendimento (13,0%); divulgação dos produtos (11,3%); flexibilidade/facilidade no pagamento (9,0%); qualidade/mix de produtos (7,8%); participação em campanha promocional (4,3%) e eventos (0,3%). Não vão apostar em nenhuma estratégia 3,2% dos entrevistados. Os que não sabem ou não responderam totalizam 2,6% dos entrevistados.

 

(Gráfico 7)

 

Divulgação – Os empresários da capital também foram perguntados sobre como será a divulgação dos seus produtos, serviços e promoções neste Natal. E os cartazes e faixas na vitrine da loja apareceram em primeiro lugar, com a preferência de 28,3% dos entrevistados. Em seguida aparece a divulgação nas redes sociais (24,6%). Segundo Falci, esses canais serão os mais utilizados devido ao seu baixo custo de investimento e ao alto retorno junto aos consumidores.

 

As demais formas de divulgação citadas foram: site da empresa (7,9%); carro de som (7,1%); boca a boca (6,3%); panfletos (1,3%); locução de loja (0,8%); televisão (0,4%); telemarketing (0,4%) e rádio (0,4%). Mas 19,2% dos empresários não farão nenhum tipo de divulgação.

 

(Gráfico 8)

 

Fatores positivos para as vendas – O mercado de trabalho aquecido é apontado por 26,9% dos empresários como o principal fator que pode contribuir com as vendas deste Natal. Já a aposta de 18,3% dos entrevistados é na quitação das dívidas. Em seguida aparecem: fim da crise econômica (16,6%); aumento da renda real dos trabalhadores (8,0%); crédito facilitado para pessoas físicas (7,4%); décimo terceiro salário (3,4%); descontos e promoções (1,7%); mudança no governo (1,1%); redução na carga tributária (1,1%) e outros (5,1%). Para 5,1% dos comerciantes nada pode ajudar. Já 4,0% não sabem ou não responderam.

 

Fatores negativos para as vendas – O desemprego foi o item citado por 38,3% dos empresários como o fator que pode prejudicar o desempenho das vendas neste Natal. No segundo lugar aparece a crise econômica/política, citada por 23,4% dos entrevistados. Em seguida aparecem: inadimplência/endividamento (11,4%); inflação/preços dos produtos (11,4%); taxa de juros em patamares elevados (4,6%); concorrência dos produtos importados/camelôs (1,7%); desconfiança do consumidor (1,1%); mídia negativa (1,1%); falta de apoio do shopping (0,6%); roubos (0,6%); pouca divulgação da loja (0,6%) e muitos shoppings na capital (0,6%). Os que não responderam ou não sabem somam 4,6% dos entrevistados.

 

(Gráfico 9)

 

Expectativa de vendas – De acordo com a CDL/BH, o desempenho do comércio em dezembro deve ter uma variação de -1,10% a +1,24%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A estimativa da entidade é que as vendas do Natal injetem na economia de Belo Horizonte entre R$ 3,01 bilhões e R$ 3,08 bilhões.

 

Mês de dezembro
(Natal)

Variação em relação
ao ano anterior

Valor de vendas do comércio de Belo Horizonte
(em R$ de novembro de 2016)

2008

+ 5,6%

2,22 bilhões

2009

+ 6,1%

2,35 bilhões

2010

+ 10,4%

2,59 bilhões

2011

+ 6,09%

2,74 bilhões

2012

+ 7,66%

2,95 bilhões

2013

+ 5,04%

3,10 bilhões

2014

+ 2,08%

3,16 bilhões

2015

– 3,81%

3,04 bilhões

2016

Entre – 1,10% a + 1,24% (P)

Entre 3,01 bilhões e 3,08 bilhões (P)

 

 

 

Metodologia – A pesquisa da CDL/BH foi realizada com 175 empresários da capital e Região Metropolitana no período de 24 de outubro a 4 de novembro. O intervalo de confiança do levantamento é de 1,96 e a margem de erro é de 5,9%.