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Consumidores mineiros estão menos endividados

Sugestão de Pauta

O aumento da renda em circulação devido à redução da inflação e da taxa de juros tem possibilitado que os consumidores mineiros fiquem menos endividados. De acordo com Indicador de inadimplência do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais, em setembro deste ano, o número de pessoas físicas em inadimplentes em Minas Gerais registrou decréscimo de -2,47% na comparação com o mesmo mês de 2016. No Brasil, até setembro deste ano, estima-se que 59,1 milhões de brasileiros tenham alguma conta em atraso, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). 

 

Em Minas Gerais, 5,62 milhões de pessoas estão endividadas, o que representa 9,5% do total de devedores do País. “No ano de 2016 os indicadores macroeconômicos, como inflação, taxa de juros e desemprego estavam em patamares mais elevados, o que contribuiu para que muitos consumidores perdessem ou tivesses sua renda diminuída, levando ao endividamento”, explica o presidente do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais, Bruno Falci. “Por isso, mesmo com a redução destes indicadores, ainda temos uma parte significativa da população com dívidas”, acrescenta.

 

Atualmente a diminuição da inadimplência é reflexo da desaceleração da inflação (IPCA dos últimos 12 meses até setembro de 2017 em 2,54% – segundo o IBGE) e da taxa de juros (Set.16 em 14,25%/Set.17 em 8,25% – de acordo com o Banco Central). “A redução da inflação, principalmente no grupo dos alimentos, permitiu um aumento na renda disponível, especialmente para as famílias de baixa renda, para as quais o componente alimentação tem um peso elevado no orçamento”, esclarece Falci. “Com isso, parte da renda está sendo destinada para o pagamento de débitos em atraso”, acrescenta. No recorte mensal (Set.17/Ago.17) houve queda de -1,01% no número de consumidores inadimplentes junto ao SPC de Minas Gerais.

 

Na análise por faixa etária, na comparação anual (Set.17/Set.16), o número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apresentou a maior queda (-22,84%). “A entrada tardia no mercado de trabalho tem feito com que os jovens se endividem menos que por não terem renda, contraem menos dívidas”, comenta Falci. Entre os sexos, a queda na inadimplência foi maior entre os homens (-3,25%), enquanto a retração do endividamento do público feminino foi de -2,24%.

 

Mineiros estão reduzindo o número de dívidas

Na comparação anual (Set.17/Set.16), houve queda de -5,04% no número de dívidas de pessoas físicas junto ao SPC das CDL’s de Minas Gerais. Já na variação mensal (Set.17/Ago.17) o recuo foi de -1,26%. “A melhora dos indicadores econômicos e a taxa de desemprego diminuindo de um trimestre para o outro (2º tri.17 em 13,2%/1º tri.17 em 14,5% – segundo o IBGE), está permitindo que as pessoas quitem seus débitos” comenta Bruno Falci.

 

Na abertura por faixa etária, no mês de setembro de 2017, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, a maioria das dívidas registradas concentra-se entre as pessoas acima dos 50 anos (40,54%). “Essas pessoas permanecem sendo as mais inadimplentes por serem responsáveis por arcar com um número elevado de despesas pessoais e familiares. E, na maioria das vezes, os rendimentos não acompanham esses gastos. Ao contrário, sofrem redução devido à aposentadoria”, explica o presidente do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais.

 

Empresas do Estado ainda estão inadimplentes

Em setembro deste ano, houve alta de +4,21% no número de pessoas jurídicas inadimplentes, comparando-se com o mesmo período de 2016. Na base de comparação mensal (Set.17/Ago.17) o crescimento foi de +0,44%.  Mas, apesar dos índices de inadimplência ainda aumentarem, o ritmo é cada vez menor. O início da recuperação da economia, aliado aos indicadores econômicos em patamares menores, tais como juros e inflação, tem contribuído para frear o aumento da inadimplência das empresas do Estado. “O aumento da renda em circulação, devido à queda da inflação e do desemprego, tem proporcionado o crescimento do consumo das famílias, o que reflete positivamente na receita das empresas”, esclarece Falci.

 

O setor que registrou a maior quantidade de empresas devedoras foi o de serviços. Na comparação anual (Set.17/Set.16), a alta foi de +6,78%. Em Minas Gerais, nos últimos 12 meses (Ago.16-Jul.17), o setor de serviços sofreu uma retração nas suas atividades, na ordem de -3,5%, segundo dados do IBGE. “Essa retração diminui as receitas das empresas, o que impacta diretamente na sua capacidade de pagamento”, afirma o presidente do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais. Os demais setores comportaram-se da seguinte forma: comércio (+3,49%); indústria (+2,3%); agricultura (-3,01%) e outros tipos de estabelecimentos (-4,79%).

 

Número de dívidas das empresas mineiras ainda aumenta, mas de forma moderada

Em Minas Gerais, o número de dívidas em atraso de pessoas jurídicas cresceu +3% em setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, quando o percentual de alta era de 17%. Ainda de acordo com os dados do Serviço de Proteção ao Crédito das CDL’s de Minas Gerais, na comparação mensal (Set.17/Ago.17), o número de dívidas em atraso apresentou crescimento de +0,91%. “O número de dívidas está seguindo a mesma tendência do número de empresas devedoras, com desaceleração do crescimento”, ressalta Bruno Falci. “Com o cenário econômico apresentando sinais de melhora, as empresas buscam quitar suas dívidas para obter novamente crédito para investimentos”, conclui. O numero médio de dívidas de pessoas jurídicas em setembro de 2017 foi de 2,08 por empresa.