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Consumidores de BH estão com dificuldade em quitar dívidas

Sugestão de Pauta

O aumento do desemprego aliado às altas taxas de juros e a pressão inflacionária têm prejudicado o orçamento das famílias e, consequentemente, a capacidade de pagamento das dívidas. Exemplo disto é o que a recuperação de crédito na capital apresentou queda de 2,98% em setembro, frente ao mesmo período de 2015. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
(Gráfico 1)
 

Para a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, a permanência do atual cenário econômico de instabilidade favoreceu a queda do pagamento das dívidas na capital. “Os altos níveis de inflação e as taxas de juros em patamares elevados estão criando um cenário de dificuldades para o consumidor. Afinal, a renda acaba sendo insuficiente para manter as despesas básicas da casa e para quitar débitos antigos”, explica. “Apesar dos aposentados e pensionistas mineiros já terem recebido a primeira parcela do décimo terceiro salário, recuperação de crédito continua em baixa sendo motivada pela piora dos indicadores macroeconômicos”, completa.

 A recuperação de crédito registrou queda de 0,54% em setembro, na comparação com o mês imediatamente anterior (agosto).  Já no acumulado do ano (Jan.16-Set.16/Jan.15-Set.15) o índice de renegociação de dívidas apresentou retração de 3,80%.

Ana Paula ressalta que a deterioração dos níveis de emprego também está enfraquecendo a capacidade dos consumidores em regularizar sua situação financeira. “O aumento no número de pessoas desocupadas faz com que a recuperação do crédito fique mais difícil, pois as pessoas ficam sem capacidade de pagamento”, explica.

Perfil – Dos consumidores que quitaram suas dívidas em setembro, as mulheres foram responsáveis por 56,47% dos cancelamentos de registros junto ao SPC da CDL/BH. Entre os homens, esse índice foi de 43,53%. Segundo Ana Paula, as mulheres costumam realizar compras de menor valor agregado e por isto conseguem negociar suas dívidas com mais facilidade.

Os consumidores com idade entre 30 e 39 anos foram os que mais regularizaram seus débitos (28,34%) em setembro. Já a minoria dos pagamentos das dívidas (6,92%) correspondeu ao público de 18 a 24 anos. Em seguida aparecem: 40 a 49 anos (23,77%); de 50 a 64 (20,77%); de 25 a 29 anos (11,03%) e acima de 65 anos (9,16%).
(Gráfico 2)
 

Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso. O número de dívidas regularizadas é calculado a partir das exclusões dos registros de inadimplência do banco de dados do SPC Brasil. O dado é do Indicador de recuperação de crédito é realizado mensalmente pela CDL/BH.