Em que posso ajudar?

WhatsApp
Imprensa -

Consumidor de BH tem em média 2,19 dívidas em atraso

Sugestão de Pauta

Belo Horizonte, 10 de março de 2015 – A combinação de juros elevados e inflação em alta continua contribuindo para o aumento da inadimplência do consumidor da capital mineira. Em fevereiro o número de dívidas em atraso dos consumidores chegou a 2,19. Em janeiro foi de 2,17. De acordo com a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Ana Paula Bastos, com juros mais altos o consumidor tem menos condições de quitar os débitos. “E a inflação em alta diminui a renda disponível para que ele possa cumprir seus compromissos e quitar as dívidas em dia”, explicou. Em fevereiro de 2014 o consumidor inadimplente tinha em média 2,22 dívidas em atraso. “Com a atividade econômica desacelerada é normal a queda no número de dívidas em atraso”, disse Ana Paula.
 
O número de dívidas em atraso junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da CDL/BH apresentou, na comparação com o mês imediatamente anterior, queda de 0,2% em fevereiro. “Está acontecendo uma desaceleração do consumo na capital mineira. As pessoas estão evitando contrair mais dívidas devido ao cenário econômico de alta de inflação e taxa de juros em patamares maiores”, explicou a economista da CDL/BH. “Também temos que levar em consideração que janeiro é uma base forte de comparação, pois o mês de fevereiro tem menos dias”, completou.
 
 
Variação Mensal (gráfico 1)
 
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Fevereiro/2014) foi verificado aumento de 0,02% no número de dívidas em atraso. Mesmo que tenha sido o menor crescimento desde fevereiro de 2012 (0,77%), já iniciamos o ano com alta na inadimplência. De acordo com Ana Paula esse crescimento é resultado do efeito da combinação de inflação alta, juros elevados e queda na renda real do consumidor. “Este cenário contribui para que os consumidores apresentem um aumento no seu custo de vida, levando a uma maior dificuldade para a negociação das dívidas e manutenção das finanças em dia, sobretudo os que possuem dívidas como empréstimos e financiamentos”, explicou. “Por esta razão, o planejamento financeiro constitui uma importante ferramenta para o controle dos gastos, auxiliando as famílias a manterem suas contas em dia a fim de evitar situações de endividamento e registros junto aos órgãos de proteção ao crédito”, acrescentou.
 
 
Variação anual (gráfico 2)
 
No mês de fevereiro de 2015, a maioria das dívidas no SPC da CDL/BH (11,2%) ocorreu na faixa etária acima de 50 anos, com maior concentração no intervalo de 50 a 64 anos. Quanto ao tempo de atraso de dívida, o intervalo que apresentou a maior concentração foi o de 181 a 360 dias (4,15%). 
 
Pessoas físicas inadimplentes – Em fevereiro houve alta de 1,36% no número de pessoas físicas inadimplentes, quando comparado com o mesmo mês do ano de 2014. Este é o menor resultado já registrado para o mês de fevereiro, de acordo com a série histórica do indicador de inadimplência, que teve início em janeiro de 2011. Apesar disso, é possível observar uma desaceleração no número de pessoas registradas no SPC desde setembro de 2014. “Essa desaceleração, apesar de termos tido crescimento, deve-se ao fato de estarmos em um contexto econômico negativo, ou seja, de fraca atividade econômica aliada a uma queda no consumo e na tomada de crédito”, explicou a economista da CDL/BH.
 
 
Pessoas inadimplentes – Variação anual (Gráfico 3 e 4)
 
Na base de comparação mensal (Fev.2015/Jan.2015) houve queda de 0,84% no número de inadimplentes. “Além de ter menos dias, tivemos o carnaval em fevereiro. Dessa forma o mês de janeiro torna-se uma base de comparação forte”, disse Ana Paula. 
Na comparação com fevereiro de 2014, houve queda de 2,85% no número de inadimplentes com pendências atrasadas entre 91 e 180 dias. A quantidade de devedores com pendências atrasadas entre três e cinco anos mostrou sua maior alta anual (2,53%). É a maior alta para o mês de fevereiro desde 2013.
 
A inadimplência entre devedores acima de 50 anos cresceu 16,54% em fevereiro de 2015 comparado com o mesmo mês de 2014. Entre os jovens, com idade de 18 a 24 anos, houve queda de 0,45%.
 
Metodologia dos indicadores
 
Os indicadores de inadimplência apresentados neste material sumarizam todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e CDL/BH têm acesso (simplificadamente chamados de "Bases de dados do SPC Brasil").  
 
Quando um consumidor deixa de pagar um título, seja ele uma fatura de cartão de crédito ou um boleto de uma compra parcelada em uma loja, a empresa associada a CDL/BH/SPC Brasil pode (mas não é obrigada) registrar essa inadimplência junto ao a CDL/BH/SPC Brasil. Em geral, as empresas credoras costumam registrar a inadimplência depois de verificar que o pagamento não ocorre mesmo após 30 dias do vencimento. Entretanto, não há regra, e o registro pode ocorrer no dia seguinte ao vencimento. Ou  até mais de um ano após o vencimento. 
 
O consumidor é informado via correspondência sobre o registro e poderá, a qualquer momento, pagar a dívida ou renegociá-la. Em ambos os casos, o registro referente àquela pendência será retirado da base do a CDL/BH/SPC Brasil, mas o consumidor ainda pode constar como inadimplente (“negativado”) se tiver outras pendências. 
 
Para todos os indicadores abaixo, a CDL/BH/SPC Brasil considera que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha registrado várias pendências desse devedor junto ao a CDL/BH/SPC Brasil. Assim, se o consumidor deixa de pagar quatro parcelas de uma mesma compra e tem por isso quatro registros no SPC Brasil, os indicadores assumem que esse consumidor tem apenas uma dívida, já que os registros foram, todos, feitos pela mesma empresa credora associada (mesmo CNPJ). 
 
Cada pessoa física inadimplente é classificada, mensalmente, de acordo com sua idade no último dia do mês de referência (data de extração dos dados que embasam os indicadores da CDL/BH/SPC Brasil). Por exemplo, suponha que o consumidor inadimplente João tinha 24 anos em fevereiro e completa 25 anos no começo de março. Tudo o mais constante, a faixa etária “18 a 24 anos” mostrará queda do número de inadimplentes entre fevereiro e março, enquanto a faixa “25 a 29 anos” mostrará alta. 
 
Para cerca de 4% dos CPFs, CDL/BH/SPC Brasil não têm informação sobre a data de nascimento. No futuro, se um cliente do CDL/BH/SPC Brasil cadastrar essa informação na base de dados, as séries históricas com abertura por faixa etária podem sofrer revisões. Nesse caso, a categoria “faixa etária ignorada” sofrerá redução e a faixa etária correspondente sofrerá aumento do número de CPFs. 
 
Dívidas em atraso na base da CDL/BH SPC Brasil
 
Esse indicador mostra a variação mês a mês da quantidade total de dívidas em atraso de pessoas físicas. 
 
Exemplo: Os credores A, B e C são as empresas para quem João e Pedro, as duas pessoas físicas do exemplo do indicador 1, devem. A soma das dívidas de todos os devedores resulta na quantidade total de dívidas da base do SPC Brasil. 
 
As dívidas em atraso são classificadas de acordo com: 
 
A faixa etária do devedor no último dia do mês de referência (data de extração dos dados que embasam os indicadores do SPC Brasil). 
A faixa de atraso da dívida, que é igual a diferença entre a data de vencimento e o último dia do mês de referência. Por exemplo, se a dívida venceu em 1º de março, o resultado de março, extraído no dia 31, informará que essa dívida está vencida há 30 dias. 
 
Número médio de dívidas em atraso de pessoas físicas
 
Este indicador mostra o número médio de dívidas em atraso – calculado através da divisão da quantidade total de dívidas em atraso de pessoas físicas pela quantidade total de pessoas físicas inadimplentes no mês de referência. 
 
Exemplo: ainda usando o exemplo inicial e dividindo-se o total de dívidas em atraso pela quantidade de pessoas inadimplentes, mês a mês, tem-se o número médio de dívidas mensalmente. 
 
(Ilustração 1)
 
As pessoas inadimplentes e as dívidas são classificadas de acordo com a faixa etária do inadimplente, de maneira a permitir uma abertura desse indicador por faixa etária.
 
Pessoas físicas Inadimplentes na base de dados da CDL/BH SPC Brasil
 
Este indicador mostra a variação mês a mês do número de pessoas físicas registradas na base do SPC Brasil. Cada pessoa física inadimplente é contada apenas uma vez, independente do número de dívidas que tenha em atraso. 
 
Exemplo: na tabela abaixo, duas pessoas físicas, João e Pedro, intercalam meses em que aparecem inadimplentes na base do SPC Brasil. Pode-se classificar João e Pedro, mês a mês, da seguinte forma: 
 
(Ilustração 2)
 
É importante notar que a variação no número de pessoas inadimplentes registradas na base do SPC Brasil não representa, exatamente, o número de pessoas inadimplentes no Brasil, por três motivos. 
 
A base de dados do SPC Brasil é a que tem a maior capilaridade nacional, mas existem outros serviços de proteção ao crédito, cujos dados não são considerados para este indicador. 
Há empresas que, eventualmente ou sempre, decidem não registrar o atraso de seus clientes. Isso pode ocorrer, por exemplo, porque o cliente tem uma relação de longa data com a empresa. 
Há empresas que só registram o atraso de seus clientes muito tempo após o vencimento da fatura, possivelmente após esgotarem todas as tentativas de negociação. Por isso, pode ocorrer que a inadimplência tenha aumentado em janeiro, mas o aumento do número de devedores só ocorra em março na base do SPC Brasil. 
 
As pessoas físicas inadimplentes são classificadas de acordo com: 
 
Sua faixa etária no último dia do mês de referência (data de extração dos dados que embasam os indicadores do SPC Brasil). 
Sua faixa de tempo de atraso, que é igual ao atraso da dívida em atraso mais antiga registrada no SPC. Por exemplo, suponha que: 
a) A empresa B registre o consumidor João em janeiro de 2013 por dívida vencida em dezembro. Ao final de janeiro, a dívida estará atrasada 40 dias. Se a dívida não for paga em fevereiro, ao final de fevereiro ela estará atrasada 68 dias (=40+28 dias de fevereiro). 
b) A empresa A registre o consumidor João em fevereiro de 2013, por dívida vencida há bastante tempo (seis meses antes). Tentou negociar com o consumidor, mas não conseguiu, e por isso decidiu registrar a inadimplência. Ao fim de fevereiro, a dívida estava atrasada 181 dias.