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Consumidor de BH acumula dívidas

Sugestão de Pauta

O orçamento das famílias tem sido pressionado pelo encarecimento do custo de vida e, com isso, muitos consumidores estão acumulando dívidas. Prova disto é que os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) registraram em junho aumento de 6,28% no número de dívidas em atraso na capital, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O crescimento é o maior dos últimos quatro anos, para essa mesma base de comparação. Nos anos anteriores, o índice de débitos em atraso foi de: +2,52% em 2015; +1,46% em 2014 e -0,32% em 2013.
(Gráfico 1) 



O vice-presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar, explica que devido ao aumento do custo de vida as famílias estão com mais dificuldades em equilibrar seu orçamento. “A inflação acaba reduzindo a renda dessas pessoas. E como reflexo, o consumidor entra em uma situação financeira onde sua renda é insuficiente para cobrir todas as despesas da casa”, afirma. “O que também contribuiu com o acúmulo dessas dívidas foi à elevação da taxa de juros. Pois a cada dia de atraso o débito fica mais caro, fator que enfraquece a capacidade de pagamento dos belo-horizontinos”, completa.

 

Quando comparado com o mês imediatamente anterior (Jun.16/Mai.16), o número de dívidas em atraso apresentou um recuo de 0,18%. “Essa queda é reflexo dos consumidores que após quitarem as despesas de início do ano como o IPVA e o IPTU, conseguiram organizar o orçamento para quitar outros débitos”, disse Gaspar.
(Gráfico 2)
 

Perfil – Em junho, os homens foram responsáveis pelo maior crescimento das dívidas em atraso na capital (6,31%), na comparação com o mesmo mês de 2015. Esse índice ficou em 5,63% entre as mulheres. Segundo o vice-presidente da CDL/BH o público masculino geralmente é responsável pelas compras de maior valor agregado. “Com a piora dos indicadores econômicos, esses consumidores precisam ficar mais atentos ao planejamento financeiro para evitar o acúmulo das dívidas”, explica.
(Gráfico 3)
 

Por faixa etária, os idosos registraram a maioria (30,57%) das dívidas em atraso em junho frente ao mesmo período do ano anterior. Para Gaspar, a combinação de aumento dos gastos com planos de saúde e remédios e da redução na renda devido à aposentadoria tem levado muitos consumidores acima dos 65 anos a acumular débitos.
(Gráfico 4)
 

Inadimplentes – Já o número de pessoas inadimplentes na capital cresceu 5,62% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O aumento é o maior dos últimos quatro anos, para essa mesma base de comparação. O vice-presidente da CDL/BH acredita que essa alta da inadimplência é o reflexo da piora dos indicadores econômicos e, sobretudo da deterioração dos níveis de emprego. “Com a perda da renda mensal, o consumidor que não planejou suas finanças acaba tendo mais dificuldades em equilibrar seu orçamento”, afirma.


Quando comparado com o mês imediatamente anterior, o número de inadimplentes apesentou queda de 0,01%. “Embora pequena, a retração demonstra o impacto positivo da desaceleração da inflação em junho (0,30%) frente a abril (0,78%) sobre a renda das famílias”, disse Gaspar.


recuperação de créditoO número de consumidores recuperando o crédito na capital registrou queda de 5,35% no acumulado do ano (Jan.16-Jun.16). Na comparação com junho de 2015, esse índice teve queda de 0,55%. Quando comparado com o mês imediatamente anterior, a retração na renegociação de dívidas foi de 1,06%.


Segundo o vice-presidente da CDL/BH a queda desses índices aponta o efeito negativo da desaceleração da economia sobre o orçamento familiar. “A capacidade de pagamento de muitas pessoas está enfraquecida. Com isso, boa parte dos consumidores tem focado seus recursos para a subsistência da família, deixando de quitar dívidas antigas”, finaliza.


Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e CDL/BH têm acesso. O indicador de pessoas físicas inadimplentes mostra a variação mês a mês no número de pessoas registradas na base do SPC Brasil. Cada pessoa física inadimplente é contada apenas uma vez, independente do número de dívidas que tenha em atraso. Já o número de dívidas em atraso mostra a quantidade média de débitos pendentes de cada pessoa física.