O comércio varejista de Belo Horizonte fechou o mês de fevereiro com queda de 4,67% quando comparado com o mesmo período de 2014. Essa é maior queda desde 2007. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci, a queda reflete a menor atividade da economia, resultado de um cenário mais adverso em relação ao ano passado. “Fatores diversos têm contribuído para a queda nas vendas: juros elevados, inflação em alta, aumento do índice de desocupação e queda da renda”, disse.
O presidente da CDL/BH diz também que além do impacto psicológico negativo nos consumidores, esses fatores contribuem para um abalo econômico direto. “Com o aumento dos juros, as instituições financeiras e o varejo diminuem a oferta de crédito. O resultado é a queda nas vendas de bens de maior valor agregado que tradicionalmente estão ligados ao financiamento”, explicou. “Os consumidores também estão sendo pressionados a diminuírem o consumo para manterem as contas básicas de casa quitadas, resultado do aumento do custo de vida”, completou.
Nesta base de comparação (Fev.15/Fev.14) os setores que apresentaram crescimento foram: ferragem, material elétrico e de construção (+2,25%) e produtos farmacêuticos, odontológicos e veterinários (+0,64%). Apresentaram queda: artigos diversos que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha (-8,12%); supermercados e produtos alimentícios (-7,6%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-6,09%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-5,5%); Papelarias e Livrarias (-3,78%) e veículos novos e usados (-1,29%).
Quando comparado com o mês imediatamente anterior (Fev.15/Jan.15) o comércio da capital mineira apresentou queda de 6,73%, resultado do aumento da taxa de desocupação, do maior comprometimento da renda dos consumidores e queda da renda real. O único setor que apresentou crescimento foi o de veículos novos e usados (+0,22%). Apresentaram queda: supermercados e produtos alimentícios (-9,81%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-8,01%); produtos farmacêuticos, odontológicos e veterinários (-7,53%); Papelarias e Livrarias (-6,23%); artigos diversos (-4,92%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-4,51%) e ferragem, material elétrico e de construção (-4,39%).
No acumulado do ano as vendas apresentaram queda de 1,04%. E nos últimos doze meses (Mar.14-Fev.15/Mar.13-Fev.14) o varejo de Belo Horizonte apresentou queda de 2,2%. Este índice tem apresentado sucessivas reduções de seu valor, demonstrando uma diminuição na intensidade da atividade comercial de Belo Horizonte. “Com menos renda, o consumidor está cada vez mais cauteloso na hora de consumir”, disse o presidente da CDL/BH. “Com poucos indícios de recuperação da economia, os consumidores vão evitar as compras a prazo”, concluiu o presidente da CDL/BH.