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Número de dívidas em atraso em BH alcança o maior pico desde 2013

Sugestão de Pauta

A piora na atividade econômica brasileira tem contribuído com o aumento da taxa de desemprego na capital e, consequentemente, com o descontrole financeiro de muitos consumidores. Como reflexo disso, os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), mostram que o número de dívidas em atraso cresceu 4,11% em agosto, na comparação com o mesmo período de 2015. No ano anterior, esse índice estava 2,48 pontos percentuais abaixo do atual resultado. O comportamento das dívidas em atraso nos anos anteriores foi de: 1,96% (2015); 3,93% (2014) e -1,18% (2013).
(Gráfico 1)
 

Segundo a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, o aumento da taxa de desemprego é o principal fator para o avanço do acúmulo das dívidas na capital. “Ao perder sua renda mensal, a capacidade do consumidor em quitar suas contas fica comprometida”, afirma. “Para aliviar o orçamento, muitas pessoas até têm apostado no compartilhamento das despesas com outros membros da família. Mas apesar da estratégia, é grande o número de belo-horizontinos que estão deixando de pagar suas contas”, completa.

 

Comparativo com o mês anterior – Nessa base de comparação (Ago.16/Jul.16), o número de dívidas em atraso apresentou uma retração de 0,97%. Para Ana Paula essa queda é reflexo da injeção de capital extra na economia da capital. “Boa parte dos aposentados e pensionistas receberam em agosto a antecipação do 13º salário. Com isso, muitos utilizaram a parcela desse recurso para o pagamento de suas contas”, afirma.
(Gráfico 2)
 

Perfil – Em agosto, na comparação com o mesmo período de 2015, a maioria das dívidas em atraso (28,17%) correspondeu aos consumidores com idade superior a 65 anos. “A combinação de aumento dos gastos com planos de saúde e remédios e redução na renda devido à aposentadoria têm levado boa parte dessas pessoas a acumularem débitos”, explica a economista da CDL/BH. “O motivo para esse comportamento é que a renda desse público acaba sendo insuficiente para cobrir todas as despesas pessoais e familiares”, completa.
(Gráfico 3)
 

Na análise por gênero, os homens foram os responsáveis pelo maior crescimento (4,22%) no número de dívidas em atraso em agosto, frente ao mesmo período do ano anterior. Já as mulheres responderam por um aumento de 3,57% nos registros do SPC da CDL/BH.
(Gráfico 4)
 

inadimplênciaO número de consumidores inadimplentes também seguiu a mesma tendência de alta do indicador de dividas em atraso, ao apresentar crescimento de 4,34% em agosto (Ago.16/Ago.15). Para Ana Paula esse resultado demostra o efeito corrosivo da inflação, das elevadas taxas de juros e da piora dos indicadores de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Já na comparação com o mês imediatamente anterior (Ago.16/Jul.16), o volume de inadimplentes teve uma leve retração de 0,87%.


recuperação de créditoEm agosto de 2016, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 1,03% no número de consumidores da capital mineira recuperando o crédito. Segundo a economista da CDL/BH a população está sentindo os efeitos negativos da piora dos indicadores econômicos em seu custo de vida. “Com menor capacidade de pagamento, muitas pessoas têm focado seus recursos para a subsistência da família, deixando de quitar débitos antigos. Dessa forma, o pagamento das contas ficou comprometido, assim como a recuperação das pendências em atraso”, finaliza. Na comparação com o mês de julho, o índice de recuperação de crédito cresceu 1,02%.
 


Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso. O indicador de pessoas físicas inadimplentes mostra a variação mês a mês no número de pessoas registradas na base do SPC Brasil. Cada pessoa física inadimplente é contada apenas uma vez, independente do número de dívidas que tenha em atraso. Já o número de dívidas em atraso mostra a quantidade média de dívidas em atraso de cada pessoa física.