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Imprensa -

Dívidas em atraso de pessoas físicas junto ao SPC registra queda na capital

Sugestão de Pauta

O número de dívidas em atraso entre pessoas físicas da capital mineira apresentou queda no início deste ano, embora a  inadimplência tenha se mantido em alta. Isso é o que aponta o Indicador de Dívidas em Atraso junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). De acordo com a pesquisa, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Fev.2017/Fev.2016) houve redução de 0,01% no número de dívidas em atraso. Entretanto, a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que esse decréscimo é reflexo do baixo consumo. “Essa queda está muito mais relacionada ao receio da população em consumir e assumir novas dívidas, do que na melhora da renda e na taxa de desemprego”, pondera. Na comparação mensal (Fev.2017/Jan.2017) a redução foi de 1,17%.

 

Dívidas em Atraso – Variação Mensal

(Gráfico 1)
 

Já o índice de pessoas inadimplentes se manteve em alta, com crescimento de 2,04% em fevereiro de 2017 na comparação com fevereiro de 2016. A economista da CDL/BH explica que esse resultado demonstra o efeito negativo da taxa de desemprego aliado ao aumento da inflação e queda na renda. "Isso prejudica o planejamento financeiro das famílias, que é uma ferramenta essencial para o controle dos gastos, pois auxilia na manutenção das contas em dia e evita situações de endividamento e de registros em órgãos de proteção ao crédito”, ressalta.

 

Pessoas Inadimplentes – Variação Anual

(Gráfico 2)

 

Na base de comparação mensal (Fev.2017/Jan.2017) houve queda de 0,92% no número de pessoas inadimplentes na capital. Para Ana Paula Bastos, esse resultado é efeito calendário, “já que janeiro é uma base forte de comparação por contar com mais dias úteis”.

 

Faixa etária – Na variação anual de devedores por faixa etária (Fev.2017/Fev.2016), o número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apresentou queda de 27,99%. Já a faixa etária acima de 50 anos, registrou alta de 43,28%. A economista da CDL/BH explica que esses dados mostram uma tendência que já vem sendo observada desde o início do ano. “A redução entre os mais jovens se justifica pela entrada tardia no mercado de trabalho e, consequentemente, sem renda, não há consumo. Por outro lado, os adultos acima de 50 anos, que são responsáveis financeiros pelas famílias, sentiram o impacto do aumento do custo de vida”, ressalta.

 

Variação Anual de Devedores por Faixa etária

(Gráfico 3)

 

Na abertura por faixa etária de dívida anual, os resultados são praticamente os mesmos: alta de 41,77% no número de dívidas entre os adultos acima de 50 anos e queda de 29,59% entre os jovens de 18 a 24 anos.

 

Gênero – A análise segmentada por gênero aponta maior inadimplência entre os homens (2,09%) ante as mulheres (1,60%) na comparação anual. Ana Paula Bastos explica que o público masculino geralmente está atrelado às compras de maior valor agregado, o que pode acarretar em possíveis dívidas em longo prazo. “Além disso, como já apontou pesquisa da CDL/BH sobre uso do crédito, os homens são os maiores responsáveis financeiros pelas famílias (30,6%) e estão sentindo mais o impacto do desemprego”.

 

Variação anual de devedores por gênero

(Gráfico 4)

 

Já o número de dívidas junto ao SPC da CDL/BH apresentou queda em ambos os gêneros – mulheres 0,28% e homens 0,13%. A economista da CDL/BH ressalta que esse resultado representa, mais uma vez, reflexo do baixo consumo.

 

Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados neste material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH tem acesso. O indicador de pessoas físicas inadimplentes mostra a variação mês a mês no número de pessoas registradas na base do SPC Brasil. Cada pessoa física inadimplente é contada apenas uma vez, independente do número de dívidas que tenha em atraso. Já o número de dívidas em atraso mostra a quantidade média de dívidas em atraso de cada pessoa física.