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Imprensa -

Vendas do comércio de BH registraram leve queda em janeiro

Sugestão de Pauta

A desaceleração da atividade econômica brasileira continua afetando o desempenho do comércio varejista da capital, mas em patamares menores.  De acordo com o Termômetro de vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), as vendas em janeiro de 2017 registraram queda de 0,98% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Apesar disso, o resultado foi melhor que o obtido no mesmo período de 2016, quando fechou com retração de 1,70%. “A conjunção de fatores como inflação e taxa de juros elevadas, queda na renda real e aumento da taxa de desemprego levam a uma redução do poder de compra das famílias, o que impacta diretamente nas vendas”, explica o presidente da CDL/BH, Bruno Falci.

Mesmo com o resultado negativo, é possível observar uma desaceleração no ritmo da queda nessa base de comparação. “Isso é decorrente do fato de a inflação ter começado a diminuir a partir de janeiro deste ano”, ressalta Falci.

 

Desempenho Vendas Comércio BH – Base Anual

(Gráfico 1)

 

Nesta base de comparação apenas o setor de papelarias e livrarias registrou crescimento de 1,26%. Todos os demais setores apresentaram queda: veículos e peças novos e usados (-2,91%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-1,28%); drogarias, perfumes e cosméticos (-1,07%); supermercados e produtos alimentícios
(-0,53%);  artigos diversos que incluem acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha (-0,26%); ferragens, material elétrico e construção (-0,21%); tecidos, vestuário, armarinhos e calçados (-0,14%).

Base mensal – Na comparação com o mês imediatamente anterior (Jan.17/Dez.16), o índice real de vendas apresentou queda de 0,84%. “Dezembro é uma base forte de comparação, por contar com o Natal. Além disso, a chegada das contas de início de ano (IPVA, DPVAT, IPTU e matrículas escolares) levam os consumidores a dar preferencia à quitação dessas faturas, em detrimento ao consumo”, explica o dirigente.

Desempenho Vendas Comércio BH – Base Mensal
(Gráfico 2)

 

Nesta base de comparação, os setores de Papelarias e Livrarias, bem como o de supermercados e produtos alimentícios, apresentaram, respectivamente, crescimento de 1,54% e 0,57%. Todos os demais registraram queda: tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-5,41%); veículos e peças (-1,75%); drogarias, perfumes e cosméticos
(-1,54%); artigos diversos (-1,27%); ferragens, material elétrico e de construção
(-0,66%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-0,29%).

Acumulado do ano – No acumulado do ano, o varejo apresentou queda de 1,48%. Bruno Falci explica que o ano de 2016 foi marcado por retração da atividade econômica e comercial no Brasil. inflação alta, juros elevados, crescimento do desemprego e quedas sucessivas no PIB contribuíram para a diminuição do consumo e dos investimentos diretos, que geram emprego e renda. “Com o orçamento comprometido com os custos básicos, a população preferiu adiar suas compras, principalmente dos bens considerados supérfluos, para evitarem dívidas que futuramente não poderiam pagar”, esclarece.

 

Desempenho Vendas Comércio BH – Base Acumulado do Ano
(Gráfico 3)

O setor que apresentou a maior queda no acumulado de 12 meses foi o de máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-2,18%). Em seguida aparecem: papelarias e livrarias (-0,85%); ferragens, material elétrico e de construção (-0,80%); artigos diversos (-0,13%) e tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-0,01%). Os setores que apresentaram crescimento foram: drogarias, perfumes e cosméticos (+1,57%); veículos e peças (+0,39%) e supermercados e produtos alimentícios (+0,28%).

Análise – Ainda de acordo com o presidente da CDL/BH, estamos inseridos em um cenário adverso. No entanto, o dirigente ressalta que a inflação começou a desacelerar já em janeiro deste ano. “Os juros também iniciaram uma trajetória de queda, o que beneficia os investimentos e incentiva a geração de emprego e renda. Além disso, o governo ainda instituiu um controle de gastos para evitar a deterioração das contas públicas”, salienta.      

Para o dirigente, a conjunção destes fatores, aliado a políticas econômicas de fomento de curto prazo, possibilitará uma recuperação da economia, mesmo que lenta. Dados do Banco Central apontam a previsão do PIB saindo de -3,5% em 2016, para 0,5% em 2017 e chegando a 2,25% em 2018.

Síntese dos resultados gerais

 

Mês/Ano

Síntese dos resultados

Mês imediatamente anterior

Mês ano anterior

Últimos 12 meses

2009

-4,10%

2,80%

3,40%

2010

-5,70%

7,30%

5,20%

2011

-8,60%

5,10%

7,90%

2012

-1,18%

-0,42%

5,37%

2013

-4,17%

3,32%

9,37%

2014

-2,70%

3,11%

3,91%

2015

-11,46%

-0,85%

1,81%

2016

-0,80%

-1,70%

-0,40%

2017

-0,84%

-0,98%

-1,48%