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Indicador de Vendas

Sugestão de Pauta

As vendas no comércio da capital mineira continuam apresentando queda, mas em patamares bem mais suaves. De acordo com o Termômetro de vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), em fevereiro de 2017 foi registrada uma leve retração de 0,15% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Mesmo sendo um resultado ainda negativo, o índice demonstra que vem ocorrendo uma desaceleração na intensidade da queda. No mesmo período de 2016, o índice foi de -1,08%.

O presidente da CDL/BH, Bruno Falci, explica que esse cenário se deve ao fato de a inflação ter começado a diminuir (Fev.17 ficou em 0,33% ante 0,90% em Fev.16) e os juros caírem (Fev.17 registrou 12,25% e em Fev.16 era de 14,25%). Apesar disso, segundo o dirigente, as vendas ainda não alavancaram porque a taxa de desemprego continua alta. “Isso afeta diretamente a renda em circulação, que impacta negativamente no consumo e, consequentemente, nas vendas”.


Evolução das vendas na comparação com “mês ano anterior”

(Gráfico 1) 

Na análise por setor, com relação ao mesmo período do ano anterior, apenas dois setores apresentaram crescimento nas vendas: Supermercados e produtos alimentícios (0,09%) e Tecidos, vestuário, armarinho e calçados (0,05%).

Evolução das vendas “mês ano anterior” por setor

(Gráfico 2) 

Base mensal – Na comparação com o mês imediatamente anterior (Fev.17/Jan.17), o índice real de vendas apresentou queda de 0,32%. Aqui, mais uma vez, observa-se uma expressiva desaceleração da retração, já que no mesmo período de 2016 o índice foi de -3,35%. “Fevereiro houve a comemoração do Carnaval e Belo Horizonte recebeu um bom número de turistas, que inclusive gerou crescimento das vendas em alguns setores. Contudo, ainda não foi suficiente para alavancar as vendas do varejo”, analisa Bruno Falci.

Os setores que apresentaram resultados positivos nas vendas foram os de Supermercados e produtos alimentícios (2,03%) Drogarias, Perfumes e Cosméticos (1,47%), Papelaria e Livrarias (0,39%), Material elétrico e de construção (0,31%) e Tecidos, Vestuário, Armarinho e Calçados (0,29%).

Evolução das vendas “mês imediatamente anterior” por setor

(Gráfico 3)

Acumulado do ano – No acumulado do ano, o varejo apresentou queda de 1,07%. O presidente da CDL/BH explica que a retração é reflexo do aumento da taxa de desocupação e perda na renda. “Menos pessoas dispõem de renda para consumo, pois seus orçamentos já estão comprometidos com os custos básicos. Por isso, preferem adiar o consumo considerado supérfluo, para evitar dívidas que futuramente não possam pagar”, pondera.

 

Evolução das vendas na comparação com “acumulado do ano”

(Gráfico 4)

Nesta base de comparação, todos os setores apresentaram queda nas vendas. 

Evolução das vendas na comparação com “acumulado do ano” por setor

(Gráfico 5)

Últimos 12 meses – Nos últimos doze meses o varejo acumulou queda de 1,80%. Para Bruno Falci, esse resultado é fruto do cenário econômico adverso enfrentado durante todo o ano de 2016, com os juros altos, taxa de desemprego elevada e inflação alta. “No entanto, a economia interna começa a dar sinais de melhora com os indicadores macroeconômicos como PIB apontando crescimento (0,5%/2017 e previsão de 2,5%/2018), retomada da confiança dos agentes econômicos e desaceleração da inflação. Esses fatores possibilitaram uma redução dos juros, o que atrai o investimento produtivo, que gera emprego e renda e, consequentemente aquece o  consumo”, afirma.

Evolução das vendas na comparação com “últimos 12 meses”

(Gráfico 6)

Análise – Ainda de acordo com o presidente da CDL/BH, as expectativas para a economia brasileira no ano de 2017 estão mais positivas, “dados de inflação e juros têm apresentado um cenário possivelmente de melhora para o comércio”.

Segundo Falci, a confiança de empresários apresentou crescimento, conforme divulgado no Índice de Confiança do Empresário da CDL/BH. O indicador registrou em março deste ano, 50,7 pontos. Em outubro de 2016 o resultado foi de 45,7 pontos. Além disso, o dirigente ressalta que a projeção para inflação, medida pelo IPCA, é de fechar o ano de 2017 em 4,5% a.a e os juros em 9,5% a.a. “Nesse sentido, esperamos que o governo federal consiga interromper o ciclo de retração da atividade econômica e criar políticas de fomento visando a estimular o investimento produtivo e alavancar o emprego e a renda”, finaliza.

 

Redução da Selic

A decisão do Banco Central de manter a trajetória de queda da taxa básica de juros é um combustível essencial para impulsionar a economia, sobretudo atrelada a outras medidas. Mesmo que a atividade econômica apresente um ritmo ainda lento, esta queda na taxa é essencial, pois pode criar estímulos à retomada de investimentos e impactar positivamente na geração de emprego. 

 

Histórico

 

Ano

Mês imediatamente anterior

Mês ano anterior

Acumulado ano

Últimos 12 meses

2008

-4,20%

18,90%

7,60%

5,60%

2009

-3,50%

8,70%

5,60%

1,80%

2010

-6,20%

-0,90%

1,80%

4,10%

2011

-3,40%

8,90%

4,10%

5,90%

2012

-1,90%

4,70%

5,90%

3,53%

2013

-0,11%

2,99%

3,53%

9,41%

2014

-2,14%

2,73%

9,41%

3,86%

2015

-6,73%

-4,67%

-1,04%

-2,20%

2016

-3,35%

-1,08%

-1,72%

-0,68%

2017

-0,32%

-0,15%

-1,07%

-1,80%