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Consumidoras da capital mineira quitam 23,07% a mais suas dívidas que os homens

Sugestão de Pauta

 As consumidoras de Belo Horizonte estão conseguindo pagar mais as suas dívidas que os homens. Em julho, de acordo com o Índice de Recuperação de Crédito do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, elas foram responsáveis pela maioria (55,17%) dos cancelamentos de registros junto ao SPC da CDL/BH. Entre o sexo masculino, o percentual ficou em 44,83%, o que representa uma diferença de 23,07% a menos que as mulheres.

De acordo com a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, um dos motivos para isso é que o valor médio das dívidas do sexo feminino (R$ 1.272,06) ser menor que a dos homens (R$ 1.593,60), segundo dados da pesquisa de Perfil do Inadimplente da CDL/BH de fevereiro de 2017. “Os homens geralmente estão atrelados às compras de maior valor agregado, o que pode acarretar possíveis dívidas em longo prazo, caso não sejam cumpridos os pagamentos”, explica. Ainda segundo Ana Paula, nos últimos doze meses, a taxa de recuperação de crédito entre o sexo feminino se manteve sempre superior. “As mulheres, apesar de contraírem mais dívidas e tenderem a consumir por impulso, são mais comprometidas com a quitação de seus débitos”, conclui.

Na variação mensal do Índice de Recuperação de Crédito (Jul.17/Jun.17), um número menor de pessoas conseguiu regularizar as dívidas. A taxa de recuperação de crédito para o mês de julho apresentou uma leve queda de -0,42%, comparada a junho de 2017. Isso se deve ao fato de que em junho foi liberado o último lote de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que injetou um volume significativo de dinheiro na economia e possibilitou que muitas pessoas regularizassem suas dívidas.

Para Ana Paula, junho foi um mês diferenciado em relação à quitação de débitos. “Junho foi uma base muito forte de comparação. As pessoas aproveitaram a renda extra do FGTS para organizar suas finanças e pagar suas dívidas”, explica. “Além disso, julho é mês de férias e muita gente destina sua renda, ou parte dela, para viajar”. Esses fatores justificam o recuo no índice de recuperação de crédito”, completa.

Na comparação anual (Jul.17/Jul.16), houve uma variação positiva de +3,43%. Mais uma vez, um dos principais motivos para esse índice foram os saques das contas inativas do FGTS, que foi utilizado, em grande parte, para a quitação de débitos. A desaceleração da inflação (IPCA 12 meses em 2,71%), e as taxas de juros (Jul.16 em 14,24%/Jul.17 em 9,25%), em patamares menores também facilitaram o acerto das contas em atraso e possibilitaram o crescimento gradual na recuperação de crédito. No acumulado do ano (Jan-Jul.17/Jan-Jul.16), a recuperação de crédito apresentou um crescimento de +1,61%.

Pessoas entre 30 e 39 anos foram as que mais recuperaram crédito em julho

Na abertura por faixa etária, os consumidores com idade entre 30 e 39 anos foram os que mais regularizaram seus débitos (25,71%), em julho. “Essa faixa etária é a que, atualmente, está mais inserida no mercado de trabalho, por isso consegue ter maior controle de suas dívidas”, explica Ana Paula. Já a minoria dos pagamentos (10%) correspondeu ao público de 18 a 24 anos. “Essa parcela da população está começando a trabalhar cada vez mais tarde, e por não possuir renda, consome menos que as demais”, comenta. Em seguida aparecem: 40 a 49 anos (22,56%); 50 a 64 anos (21,25%); acima de 65 anos (10,27%) e 25 a 29 anos (10,2%).

Metodologia – Os indicadores de inadimplência contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH tem acesso.