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Consumidores belo-horizontinos estão com menos dívidas

Sugestão de Pauta

O decréscimo da inflação, da taxa de juros e o crescimento da renda real (é a renda nominal descontada a inflação, ou seja, o poder de compra real da população) no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016 estão possibilitando a quitação de alguns débitos em Belo Horizonte. Isso é o que aponta o Indicador de Dívidas em Atraso junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). De acordo com a pesquisa, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Nov.17/Nov.16), houve redução de 4,41% no número de dívidas em atraso.

Na comparação mensal (Nov.17/Out.17), a queda foi de 0,70% no número de dívidas em atraso. De acordo com o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, essa queda está relacionada ao fato de novembro ser uma base forte de comparação. “Isso acontece devido à entrada da primeira parcela do 13º salário na economia, possibilitando que os consumidores quitassem seus débitos”, complementa.

A maioria das dívidas (6,8%) está entre as pessoas com mais de 50 anos. Falci afirma que nessa faixa de idade encontram-se pessoas responsáveis financeiramente pelas famílias e aposentados. “Esses consumidores foram impactadas pelo aumento do custo de vida e possuem uma dívida média em torno de R$ 2.156,00, segundo a pesquisa Perfil do Inadimplente da CDL/BH”, esclarece. Já na abertura por gênero do devedor, a maioria das dívidas apresentou queda em ambos os gêneros (feminino e masculino), reflexo da melhora do ambiente econômico.

Dívidas em atraso de pessoas jurídicas apresentam crescimento

Na comparação com o mês do ano anterior (Nov.17/Nov.16), foi verificado um crescimento de 6,76%. Segundo o presidente da CDL/BH, apesar do aumento, o índice está em desaceleração, já que em novembro do ano anterior a taxa estava em 11,39%. “A melhora do ambiente econômico com a queda da inflação e dos juros são os responsáveis pelo resultado”, explica. Já na comparação com o mês anterior (Nov.17/Out.17) houve crescimento de 0,46%.

Na análise de empresas devedoras por CNAE, o segmento que apresentou maior índice de dívidas em atraso foi o setor de comunicação com 12,01%. Os demais foram Outros (+9,59%); Comércio (+7,63%); Bancos (+5,29%). Já no setor de Água e Luz houve queda de 23,47%. O número médio de dívidas de pessoas jurídicas foi de 2,03 por CNPJ. Em 2016, o indicador era de 2,06%.

inadimplência de pessoas físicas aponta queda

Em novembro houve queda de 1,51% no número de pessoas físicas inadimplentes comparando-se com o mesmo mês no ano anterior (Nov.17/Nov.16). Em 2016, a inadimplência encontrava-se em patamares elevados (4,15%) devido ao cenário macroeconômico adverso. A desaceleração de indicadores como inflação (IPCA janeiro a outubro de 2017 em 2,21% / janeiro a outubro de 2016 em 5,77% segundo IBGE), taxa de juros (nov.16 em 13,75% / nov.17 em 7,5% de acordo com o Banco Central) e o aumento da renda real (3º tri.17 / 3º tri.16 = 3,6% dado do IBGE) possibilitou que os consumidores quitassem as dívidas.

Na base de comparação mensal (Nov.17/Out.17) houve queda de 0,27% no número de pessoas endividadas. O presidente da CDL/BH afirma que ter disciplina na hora de consumir e manter um planejamento financeiro é indispensável para controlar os gastos. “Isso possibilita que os consumidores mantenham suas contas em dia, evitando situações de endividamento que possam comprometer a saúde financeira em longo prazo”, ressalta.

O número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos apresentou queda de 24,89%, representando a classe menos endividada no mercado. O resultado é justificado pela entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho. Enquanto a quantidade de devedores entre 50 e 84 anos são responsáveis pelas maiores altas (6,87%). A análise segmentada por gênero mostra que a inadimplência entre as mulheres (-1,05%), mesmo apresentando decréscimo está em menor intensidade de queda, do que em relação aos homens (-2,59%).

inadimplência de pessoas jurídicas cresce, mas em patamar menor

O número de pessoas jurídicas inadimplentes apresentou crescimento de 8,24% em novembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Apesar do aumento, o indicador vem apresentando decréscimo já que em 2016 o índice ficou em 11,79%. Na comparação com outubro, houve crescimento de 0,57% no número de pessoas jurídicas inadimplentes.

Ao analisarmos o CNAE, o setor que detém a maior quantidade de devedores registrados em novembro foi o de Serviços com 10,73%. Os empreendimentos do segmento estão com dificuldades para arcar com os compromissos básicos em relação à manutenção do negócio, como fornecedores e funcionários. Por isso, seguem sendo o setor que apresenta o maior índice de empresas devedoras. Os demais foram: Comércio (7,56%) e Indústria (6,33%). Já o segmento de Outros registrou queda de 6,74%.

Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso.