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Mais de 40% dos consumidores da capital não conseguiriam manter o padrão de vida por mais de três meses, em caso de perda da renda financeira

Sugestão de Pauta

A falta de controle e planejamento do orçamento impacta, negativamente, na vida dos consumidores, principalmente em momentos de falta de renda. Uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) revelou que 42,8% dos belo-horizontinos não conseguiriam manter o padrão de vida por mais de três meses caso ocorra uma situação de dificuldade, como perda de emprego ou problemas de saúde. “A vida financeira equilibrada é muito importante, pois, em momentos de crise econômica uma reserva para emergências é fundamental, pois ajuda no sustento por um período até retomada da fonte de renda”, explica a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. No recorte da pesquisa, o percentual dos que afirmaram não ter recursos para se manter por mais de um trimestre é maior entre os homens (45,4%), os jovens com idade de 18 a 24 anos (59,8%) e na classe E (54,7%).

E quando perguntados sobre qual fonte recorreriam para obter recursos financeiros durante uma situação de adversidade, a maioria (45,7%) respondeu que pegaria empréstimos, sendo que 32,1% buscariam os amigos e parentes e 13,6% iriam a bancos e financeiras. Já 26,5% disseram que iriam utilizar a poupança.  O resgate de aplicações financeiras foi a opção citada por 13,6%.

Outro ponto abordado no levantamento foi quais fatores os consumidores acreditam que poderiam levá-los a ter dificuldades financeiras, e 52,1% dos entrevistados afirmaram que o desemprego é a principal causa. E essa preocupação é maior entre os consumidores da classe E (61,9%), do sexo masculino (53,1%) e na faixa etária de 25 a 34 anos (59,5%). inflação alta/aumento do custo de vida (15,8%), consumo excessivo (7,2%), doença na família (6,2%) também foram alguns motivos citados.

Quase 40% dos consumidores da capital não fazem controle do orçamento mensal

O hábito de realizar o acompanhamento de todas as receitas e despesas ainda não é realidade para 38,6% dos belo-horizontinos. “Planejar as despesas, organizar o orçamento do mês de acordo com a renda disponível é fundamental para uma vida financeira saudável e para evitar o endividamento. Porém uma parte ainda considerável da população não possui esse costume, o que é muito preocupante”, esclarece Ana Paula.

Em contrapartida, a maioria dos moradores da capital afirmou fazer um controle efetivo do próprio orçamento, sendo que 61,5% dos consumidores sempre ou quase sempre realizam o monitoramento mensal de quanto ganham e gastam.

Mais de 33% dos moradores da capital não sabem como andam suas finanças

Saber como anda a situação financeira é muito importante para se conseguir realizar um planejamento financeiro efetivo, porém, de acordo com o levantamento 33,9% dos consumidores da capital não sabem quanto dinheiro tem guardado e o número de dívidas que possui.  Os homens (34,8%), os jovens (50,7%) e a classe E (53,9%) são os que menos conhecem suas finanças. Já 63,7% dos consumidores avaliam saber muito bem ou bem como está sua vida financeira.

A pesquisa ainda mostrou que em cada dez consumidores da capital, sete (67,7%) têm conhecimento de quantas contas extras irá pagar no final do mês, já 21,8% sabem às vezes e 6,1% raramente ou nunca. 

A pesquisa apontou também que mais da metade dos consumidores (50,9%) não buscam informações sobre a taxa dos juros de cartões de crédito, dos empréstimos, e de outros produtos bancários. Os homens (54%) procuraram se manter mais informados a respeito das taxas de juros do que às mulheres, assim como os adultos (60,5%) e a classe A/B (85,5%). “Quanto mais alto o poder de compra do consumidor, maior a procura por se manter informado a respeito das taxas de juros”, diz a economista da CDL/BH.

Quase 50% dos consumidores não fazem uma reserva financeira

Entre os belo-horizontinos, 47,5% não possuem o hábito de guardar uma parte de seus rendimentos. As mulheres (50,3%), a classe E (56,6%) e os idosos (66,7%) são os que menos fazem uma reserva financeira. “Os idosos ao se aposentar têm uma redução de seus rendimentos, e os seus gastos são elevados com itens como saúde, por isso não sobra recursos para poupar”, esclarece Ana Paula.

Poupança é a opção preferida por 53,3% das pessoas para investimentos

Quando é possível guardar uma parte dos seus recursos, os consumidores da capital preferem a poupança (53,3%) como destino de suas economias. As demais alternativas foram: CBD (15,3%); conta corrente (15%); em casa (12,8%); títulos de capitalização (1,6%); ações (1,4%) e fundos de investimentos (0,5%).

Quando perguntados sobre os motivos pelos quais guardam parte dos seus rendimentos, a maioria (48,9%) afirmou que a reserva financeira é para ser usada em uma situação de emergência.

Metodologia – Foram entrevistados 371 consumidores de Belo Horizonte, no período de 4 a 5 de junho de 2018.