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Três em cada dez consumidores da capital possui algum tipo de financiamento, empréstimos ou consórcio

Sugestão de Pauta

Recorrer a linhas de créditos tem sido uma das formas encontradas pelos Belo-horizontinos para aquisição de bens, pagamento de despesas entre outras situações. Uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) revela que 30,9% dos moradores da capital possui algum tipo de empréstimo, financiamento ou consórcio. Os homens (32,5%) e a classe A/B (37,5%) são os que mais utilizam destes recursos. E o principal motivo, apresentado pelos entrevistados, para a contratação destas linhas de crédito foi à aquisição de automóveis (37,7%). Em seguida aparecem a compra do imóvel próprio (18,9%), o pagamento do ensino superior (10,4%) e a quitação de outro empréstimo (8,5%).  Também foram citados: reformar a casa (8,5%); pagar contas básicas (7,5%); comprar motocicleta (2,5%) e construção (1,5%).

A economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que muitos consumidores precisam utilizar dos  financiamentos, empréstimos ou consórcios para conseguir adquirir itens de maior valor, pois não têm condições financeiras para pagar à vista. “Essas linhas de crédito viabilizam a concretização de alguns projetos, sem elas grande parte da população não conseguiria adquirir bens de alto valor”, comenta. “Apesar disso, um compromisso financeiro de longo prazo, com diversas parcelas, exige muito planejamento para garantir que a saúde financeira não seja prejudicada”, acrescenta a economista.

O valor médio contratado pelos consumidores da capital é de R$ 26.393,16. Sendo que ele pode variar de acordo com a destinação que o recurso terá. O maior tíquete foi o para aquisição da casa própria em        R$ 74.125 e para o pagamento da faculdade (R$ 50.818,18). Quanto ao número de parcelas, a maior concentração é entre 30 a 40 (17,6%), em seguida estão os com mais de 100 (14,8%). A média foi 47 prestações.

36,6% dos consumidores não avaliam as tarifas e juros cobrados, no momento de contratar uma linha de crédito

Ainda de acordo com a pesquisa, 63,4% dos belo-horizontinos, que realizaram algum financiamento, empréstimo ou consórcio, analisaram as tarifas e os juros cobrados na hora de negociar o serviço. Porém, uma parcela significativa (36,6%) não estudam os custos antes de contratar o crédito. Sendo que 18,4% reconheceram que nem pensaram sobre isto, no momento de adquirir o crédito.

Em relação ao pagamento das parcelas, 18,1% dos entrevistados afirmaram que possuem prestações pendentes. Entre eles, 42,2% declararam ter uma vencida, os que têm duas parcelas somam 20,3%, assim como os que declararam ter mais de cinco, e 17,2 responderam que possuem quatro pagamentos em atraso. Na contramão, 81,9% estão com a quitação das prestações em dia.

As consequências, para quem não consegue honrar com todos os pagamentos, implicam na geração de multas e juros, e até a negativação do nome. Entre os entrevistados, 25,9% já ficaram ou estão inadimplentes por causa de um financiamento, empréstimo ou consórcio.

Quase 10% dos consumidores da capital usam cheque especial

A pesquisa da CDL/BH também avaliou a frequência em que os belo-horizontinos precisam recorrer ao cheque especial para a composição da renda. E 71,6% dos consumidores afirmaram que, nunca ou raramente, utilizam esse recurso. Mas 19,5% utilizam às vezes, enquanto 8,9% fazem o uso do cheque especial com frequência. E o principal motivo alegado pelos entrevistados para utilização do cheque especial é o descontrole no pagamento das contas, segundo 28,7% dos entrevistados. Em seguida,  aparece o pagamento de dívidas em atraso (20,4%) e a compra de algo não planejado que queria muito (13,1%).

Entre as classes sociais, as razões para utilização do cheque especial variam.  A maioria da classe A/B (42,9%) afirmou que usa para imprevistos com consertos na casa, etc. Já na classe C/D, a justificativa é o descontrole no pagamento das contas (27,6%), e na classe E são os imprevistos com manutenção de automóvel/moto (42,9%).

Já em relação ao cheque pré-datado, 79,3% dos belo-horizontinos não tem essa modalidade de pagamento. Entre os que possuem, 12% firmaram que utilizam raramente, 4,7% às vezes, e 3% ainda faz uso do cheque pré-datado para realizar compras. Ter prazo para pagar (50%), fazer compras mesmo quando não se tem dinheiro (25,7%) e a possibilidade de parcelar o valor da compra (21,4%) são os principais fatores que levam os consumidores a continuar utilizando do cheque pré-datado.  E os produtos e serviços que mais são pagos com ele são: remédios/farmácia (16,1%); salão de beleza/tratamentos estéticos (13,5%); alimentos (13%); material de construção (11,6%); roupas (8,5%); cursos de línguas/cursos diversos (7,1%); academia (6,6%) e viagens (5%).

Mais de 40% dos belo-horizontinos realizam compras com cartão de loja, crediário ou carnê

O levantamento também apontou que 42,3% dos entrevistados utilizam cartão de loja, crediário ou carnê, entre eles 15,5% fazem uso sempre ou quase, 14,4% às vezes e 12,4% raramente. A economista da CDL/BH explica que é preciso cuidado no uso desta forma de pagamento para não se endividar. “A oferta de parcelamento próprio pelas lojas é muito grande atualmente. Mas, se a pessoa não possui dinheiro para pagar à vista ou não tem limite no cartão de crédito, é sinal de que ultrapassou o orçamento. Nestes casos o ideal é reorganizar as contas, diminuir o consumo, e assim, evitar entrar em uma bola de neve de dívidas”, comenta Ana Paula.

Entre os que compram com carnê, boleto ou cartão da loja, 43,2% disseram que usam para adquirir roupas. Os demais produtos que mais são comprados são: calçados e acessórios (20,6%); artigo de cama, mesa e banho (6,9%); móveis/eletrodomésticos (5,6%); alimentos (4,3%); eletrônicos (4,1%); farmácia/remédios (3,2%) e maquiagem/perfumes (2,9%).

Metodologia – Foram entrevistados 350 consumidores de Belo Horizonte, no período de 7 a 23 de agosto de 2018.