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Natal deve injetar R$ 3,3 bilhões no comércio da capital

Sugestão de Pauta

A chegada da melhor época do ano para o comércio, o Natal, deve aquecer o varejo da cidade. A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) é que R$ 3,3 bilhões sejam injetados no comércio da capital com as vendas do Natal, uma alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento é menor do que foi registrado em 2017 (4,5%), e é reflexo da lenta recuperação da economia. “O varejo vem reagindo ao longo do ano e apresentando resultados positivos. Porém, o crescimento ainda está sendo em percentuais pequenos. A economia em 2018 não apresentou o desempenho esperado e que fosse suficiente para alavancar a geração de emprego e renda e com isso fomentar as vendas”, explica o vice-presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. “Mas toda alta nas vendas tem sido comemorada pelo comércio, pois enfrentamos um longo período de perdas”, acrescenta.

Mesmo com um cenário econômico ainda longe do ideal, os empresários da capital estão otimistas para o Natal. De acordo com pesquisa realizada pela CDL/BH, no período de 15 de outubro a 9 de novembro de 2018, com 300 empresários, a maior parte dos entrevistados (53,6%) acredita que as vendas irão aumentar neste ano. Entre os demais empresários, 33,5% estão esperando que as vendas sejam iguais as de 2017, e para 12,9% dos entrevistados as vendas devem ser menores.

Com expectativa de vendas maiores, 30,6% dos empresários irão aumentar o volume do estoque em comparação a 2017. Já 39,8% irão manter o mesmo estoque que o ano anterior e 29,6% dos entrevistados afirmaram que vão reduzir o volume.

Divulgação dos produtos pelas redes sociais está entre as principais estratégias para alavancar as vendas

A divulgação dos produtos foi escolhida, pela maioria dos empresários (26,2%), como a melhor forma para atrair mais clientes e impulsionar as vendas, e o principal meio utilizado serão as redes sociais (Facebook, Intagram ou Whatsapp). Para 50,2% dos lojistas, essa tem sido a forma mais eficiente para expor os itens e chegar até os consumidores. “Esses canais são os mais utilizados devido ao seu baixo custo de investimento e ao alto retorno junto aos consumidores”, comenta Silva. “Os empresários estão cada vez mais inseridos no mundo digital e estão aproveitando a facilidade que a internet proporciona para impulsionar as vendas”, acrescenta. A decoração da loja aparece em seguida, com 18,3% da preferência como estratégia de venda.

As demais estratégias citadas foram: atendimento qualificado (15,1%); promoção/liquidação dos produtos (11,3%); flexibilidade/facilidade de pagamento (10,2%); ainda vai planejar (7,3%); oferta de produtos diferenciados (5,4%); qualidade/mix de produtos (1,9%); Campanha de Natal da CDL/BH (0,8%); distribuição de brindes (0,7%) e cupom de desconto (0,2%). Os que não vão apostar em nenhuma estratégia totalizam 2,5% dos entrevistados.

Além das redes sociais, as outras formas de divulgação que os comerciantes pretendem utilizar são: cartazes/faixas na vitrine da loja (16,6%); site da empresa (7,7%); boca a boca (5,9%); outros (3,9%) e TV (2,8%). Já 3,8% dos empresários não farão nenhum tipo de divulgação e 9,1% ainda vão planejar.

Fatores que podem influenciar no momento da compra

Perguntados sobre o que pode contribuir para aumentar as vendas neste Natal, 63,3% dos comerciantes responderam que as liquidações/promoções de produtos são a principais alternativas para fomentar o consumo dos clientes. Em seguida foram citados: aumento do emprego para os consumidores (8,6%); flexibilidade na forma de pagamento (7%); mudança no cenário econômico (6,3%); adiantamento do 13º salário (5,3%); redução da inadimplência (2,6%); divulgação dos produtos (2,3%); queda da inflação (2%); queda dos juros (1%); aumento nas vendas (1%); produtos diferenciados (0,3%) e não responderam (0,3%).

Para o vice-presidente da CDL/BH, o consumidor está cada vez mais exigente e por isso o lojista tem que estar preparado para oferecer uma experiência de compra cada vez melhor e completa. “Uma das formas de atrair mais clientes é melhorar o momento de compra, oferecendo conforto, comodidade e produtos diferenciados para que ele tenha prazer em comprar. Cada vez mais as pessoas estão buscando um diferencial para decidir onde irão consumir” explica. “Outro ponto é preparar a loja, treinar a equipe para atender os consumidores de forma eficaz e organizada, em um ritmo que garanta atendimento de qualidade e que possibilite a fidelização deste cliente”, completa.

Em contrapartida, as opções que podem prejudicar as vendas, segundo os empresários são: desemprego (37,8%); falta de agilidade e cordialidade no atendimento (37,6%); crise econômica (7,7%); diminuição na renda familiar (7,5%); aumento do preço dos produtos (7%); eleições (1,2%); e falta de estacionamento (0,2%). Totalizam 1% os que não responderam.

Valor do tíquete médio esperado cai 15,1% em relação ao ano passado

Os empresários acreditam que os consumidores irão gastar menos este ano com os presentes do Natal. A expectativa é que o tíquete médio das compras dos belo-horizontinos seja de R$ 118,74. Em 2017, o valor esperado era de R$ 139,83. “As pessoas ainda estão com o orçamento apertado. O nível de desemprego, apesar de estar reduzindo, ainda é alto e a inadimplência voltou a crescer em 2018. Estes fatores levam os empresários a esperar que os clientes desembolsem um valor menor com os presentes”, esclarece o vice-presidente da CDL/BH.

pesquisa também mostra que o valor a ser desembolsado pelo consumidor pode variar conforme o tipo de presente escolhido. Segundo os comerciantes, quem presentear com calçados/acessórios vai desembolsar cerca de R$ 158,06. O custo com roupas deve girar em torno de R$ 142,09. Em seguida aparecem: brinquedos (R$ 109,81), cosméticos/perfumes (R$ 101,80); e utensílios para o lar (R$ 99,79).

 

Cartão de crédito será a forma de pagamento mais utilizada

Para a maioria dos lojistas (54,2%), a forma de pagamento mais utilizada para as compras do Natal será a parcelada no cartão de crédito, com uma média de cinco parcelas. As demais formas de pagamento citadas pelos empresários foram: à vista no cartão de crédito (16,9%); cartão de débito (14,6%); dinheiro (9,3%); parcelado no carnê/crediário (1,7%); parcelado no cartão da própria loja (1,3%); à vista no cheque (1,3%) e à vista no cartão da própria loja (0,7%).

As roupas serão a preferência na hora de presentear, segundo os empresários

As roupas devem ser os itens mais procurados pelos consumidores na hora das compras para presentear, conforme a opinião de 28,7% dos empresários. Em seguida, estão os calçados/acessórios com 19% da preferência. Segundo o vice-presidente, esses produtos têm uma boa saída devido à grande variedade de opções e preços. “São itens que se encaixam no orçamento do consumidor e que agradam praticamente todos os públicos”, afirma.

Os demais produtos citados foram: utensílios para o lar (9,5%); cosméticos/perfumes (5,9%); brinquedos (5,9%); cama/mesa e banho (4,9%); móveis (3,3%); eletrônicos (tablets, celulares, etc.) (2,8%); produtos alimentícios/bebidas alcoólicas (2,6%); bicicletas (2,1%); joias/semijoias/bijuterias (1,8%); tecidos (1,8%); livro/material escolar (1,8%) e panetone/chocotones/chocolates (1,5%). Outros produtos totalizaram 8,5% das respostas.

Em relação ao número de presentes, a maior parte dos empresários (92,4%) acredita que os consumidores irão comprar um ou dois produtos. “Este resultado mostra que, apesar do otimismo, os lojistas sabem que os seus clientes ainda estão receosos em fazer grandes compras e acabar contraindo dívidas, limitando a aquisição de até dois presentes”, afirma Marcelo de Souza e Silva.

Metodologia – Foram entrevistados 300 empresários de Belo Horizonte, no período de 15 de outubro a 9 de novembro de 2018.